segunda-feira, 27 de maio de 2013

JUNTO E MISTURADO: UMA ETNOGRAFIA DO PCC

Saudações Caríssimos (as)!

A Rede Record de TV mostrou neste último domingo, no programa Domingo Espetacular, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) se organiza e como ele opera no sistema penitenciário brasileiro. A reportagem esmiúça um pouco como e quais são algumas das pessoas que teriam posições importantes no partido, como é chamado pelo seus integrantes, conforme a matéria.


Para um reflexão mais apurada sobre a temática recomendamos o livro abaixo:


JUNTO E MISTURADO: UMA ETNOGRAFIA DO PCC
Karina Biondi, Ed. Terceiro Nome

Em maio de 2006, uma onda de violência atingiu o estado de São Paulo. Rebeliões em presídios, morte de agentes públicos, ataques a bancos e a transportes coletivos paralisaram a maior cidade do país. O mais surpreendente é que esses eventos estariam sendo coordenados a partir das prisões, numa demonstração de força do crime organizado instalado no sistema penitenciário paulista.
Tais acontecimentos ainda hoje são nebulosos, tanto no que diz respeito aos seus mentores quanto ao alcance e legalidade das ações repressivas das autoridades que restabeleceram a ordem. O maio sangrento, no entanto, deu visibilidade a um ator coletivo que, no imaginário social, tornou-se sinônimo de crime organizado: o Primeiro Comando da Capital.
O livro Junto e misturado, de Karina Biondi, desmistifica essa imagem do PCC como quintessência do crime organizado ao fornecer relatos e descrições de presos e seus familiares obtidos em dias de visita nas cadeias. Para a autora, o PCC não é um grupo hierárquico, mas sim um coletivo sem liderança que contribuiu decisivamente para a pacificação dos conflitos entre presos no interior das prisões.
O mérito do trabalho consiste em mostrar como a existência do PCC não pode ser compreendida sem uma reflexão acerca do sistema prisional brasileiro, com sua história de violência e iniquidade. Pode-se questionar se a ideia do papel pacificador do PCC não obscurece o fato de que a violência continua a ser empregada contra aqueles que não fazem parte do Comando – entidades rivais, presos estigmatizados etc. –, já que se trata de regular um espaço de ação necessariamente violento: o mundo do crime.
A existência do PCC aponta para um problema político incontornável na sociedade brasileira: o respeito aos direitos humanos, mesmo os daqueles condenados pela justiça. A atuação do Comando, porém, baseada no emprego da violência, o coloca aquém do horizonte da democracia. De qualquer modo, o livro de Biondi fornece novas perspectivas para a discussão da violência nas prisões brasileiras.

Marcos César Alvarez
Professor de Sociologia da USP e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência – NEV

Fonte:
http://www.diplomatique.org.br/resenhas.php?edicao=36

Siga o link e veja o vídeo na íntegra sobre a organização:
http://noticias.r7.com/videos/exclusivo-saiba-como-funciona-a-faccao-criminosa-mais-perigosa-do-pais/idmedia/51a2b02a0cf2797b4d60946f.html


Voltaremos a essa problemática!

À bientôt mes amis!

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