sexta-feira, 28 de março de 2014

Sensacionalização da violência versus mídia: um perverso instrumento de construção do medo

Saudações caríssimos (as) internautas!

Perdoem-me a ausência de postagens, mas muitas atividades concomitantemente estão tomando quase que todas as 24 horas do dia....

Mas deixemos de delongas e vamos ao que está mais em evidência na seara da segurança pública!

Por um certo período, mesmo que curto, depois das ocupações de algumas comunidades do Rio de Janeiro, pelo Estado - como os próprios gestores daquele estado falam, demonstrando assim a própria incapacidade de solucionar a problemática histórico e socialmente construída - as manchetes policiais na mídia deram uma trégua, ou pelo menos, foram mostradas de forma mais eufemista. Mas quando os velhos problemas acerca da violência e criminalidade das favelas cariocas recomeçaram aí mais uma vez a mídia retoma sua velha forma de espetacularizar as questões da segurança pública.  Nesse sentido, o que é mais perverso é que a maioria desses aparelhos midiáticos, com raríssimas exceções utilizam largamente tais instrumentos como forma de gerar/produzir na opinião pública, em especial, a menos escolarizada (mas não apenas nela) que a única alternativa à violência e à criminalidade é o endurecimentos de penas, encarceramento de adolescentes, a construção de presídios e reformatórios, entre outras medidas que, se dermos uma rápida olhada na história e em outros países, com ou sem semelhanças com nossa sociedade, tais medidas só têm contribuído para criação da cultura do medo, encarceramento da população socialmente excluída e manutenção deste status quo.

Nessa perspectiva, trago essa discussão para que antes de nos manisfestarmos a favor, ou contra qualquer iniciativa de mudança no atual sistema criminal brasileiro, é por deveras importante que façamos uma leitura bastante atenciosa dos reais interesses que motivam essas ações. Como tenho dito aqui: " A quem interessa a (in)segurança pública no Brasil?" Essa é uma frase incisiva, mas de bastante efeito e perspicácia, pois instiga ao leitor do livro de Zorge Zaverucha, que leva o mesmo título, a refletir um pouco mais sobre!

Logo abaixo vejam um vídeo da TV Cultura que faz uma análise critica acerca do papel da mídia frente à problemática da violência e da criminalidade.


Saludos!

35 comentários:

  1. Como deixa bem claro a reportagem da Tv Cultura, a mídia atualmente se utiliza de um grande sensacionalismo ao relatar casos de violência. Observa-se que alguns jornais e programas televisivos relatam notícias sobre crimes com uma grande parcialidade e exploram casos de violência "chocantes", buscando audiência. Nessa lógica, a violência é notícia, então se faz uma exposição exagerada dessas notícias, buscando a atenção dos telespectadores. A consequência dessa divulgação é a disseminação do medo entre a população, que só se sente segura quando está em casa trancada. Como bem coloca a jornalista Elaine Tavares: "Assistir a esse programas nos leva a um terror abissal. Porque todos os dias, a todo instante, tem algo muito terrível acontecendo. Sair de casa pode significar a morte. Ficar em casa também. Não há escapatória." Vivemos hoje uma cultura do medo e da violência, estimulada pela Tv, que nos influencia a pensar, agir e se indignar da maneira que lhes é conveniente. O cidadão brasileiro tornou-se refém dessa cultura e de sua ideologia que incita o pânico e o individualismo, "traumatiza" pessoas que sequer passaram por algum episódio de violência. Além disso, provoca a população a descrer no Estado e nos seus aparelhos de segurança pública, já que a maioria dos casos apresentados estão impunes, o que nem sempre representa a realidade. Segundo o autor Marcos Rolim, a maneira como se trata a criminalidade e a violência hoje , constroe uma "realidade invertida", em suas palavras:" Sabe-se que a atenção da mídia ao crime é dirigida para a violência, notadamente para os casos de homicídio. Há, também, consenso entre os pesquisadores de que alguns homicídios atraem mais a atenção da mídia." A divulgação excessiva da impunidade pela imprensa faz com que os telespectadores acreditem que não há punição, que vivemos em guerra, em uma sociedade bárbara, entregue a "monstros violentos" que só pensam em destruir os "homens de bem". Outra consequencia dessa ideologia é o crescimento acelerado das modalidades de segurança privada, as pessoas que possuem certa condição econômica acabam pagando por um direito que nos é assegurado na Constituição. Assim como a educação e a saúde, o mesmo se vê na segurança, uma privatização de serviços públicos que deveriam ser universais.


    Livia Daiane Gomes
    Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública - Turma A

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  2. A violência, enquanto fenômeno estrutural que afeta todos os espaços e relações sociais, atualmente tem sido apresentada pela mídia como expressão de marginalidade e criminalidade. Sabe-se que os aparatos de segurança pública encontram-se defasados, escassos e precários, deixando a população a mercê de ações pontuais e imediatas, sem perspectiva de mudança no contexto real. Considera-se ainda, a escassez de investimentos e compromisso com as demais políticas públicas dado pelo Estado, destaco aqui saúde, educação e emprego e renda, que interferem decisivamente na Segurança pública, em especial, no cotidiano das pessoas, entre elas, as menos favorecidas de recursos materiais.
    Na mídia, a violência é tratada como caso de polícia, no qual as pessoas envolvidas devem ser responsabilizadas por seus atos, a qualquer custo. Defende-se que todos devem responder pelos crimes cometidos contra a sociedade, mais persuadir a população ouvinte a atuar com suas próprias mãos, desmitificando a realidade social e transferindo a responsabilidade de uns para outros, isto não é correto. E não só isso, influencia no comportamento e opinião das pessoas, fazendo-as acreditar em informações errôneas e incoerentes com os fatos ocorridos.
    Acredita-se que nós, cidadãos, devemos ter um posicionamento crítico em relação a mídia, principalmente, quando se refere a violência urbana. Percebe-se que as reportagens dão ênfase aos crimes, aos homicídios, aos roubos e furtos, esquecendo da violência que afeta a maior parte da população, que é o nulo acesso a direitos, políticas e serviços essenciais, aumentando os índices de pobreza e desigualdade social. Me pergunto se isso não é estratégia de marketing ´para atingir altos índices de audiência? Claro que sim, pois é mais fácil prender atenção do telespectador com cenas fortes de homicídios, que compartilhar a desigualdade social existente na sociedade.
    A mídia deve ser um espaço privilegiado de acesso a informação, deve ser usada para difundir valores sociais essenciais, para compartilhar o acesso aos direitos, divulgar ações positivas que melhoraram as condições de vida da população, e não divulgação da violência urbana, de forma exagerada.

    Silvia Eveliny Souza da Silveira
    Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública --- Turma A/2013.1

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  3. O papel da mídia frente à temática dada violência.

    Diante da reflexão sobre violência versus mídia no cenário atual com base em Sousa Filho, o que se pode perceber é que historicamente nosso país é marcado por uma cultura de violência, desde a escravidão com as práticas de castigos, torturas e assassinatos de escravizados no Brasil com respaldo da lei de uma sociedade escravista da época, até os dias atuais com as formas de violência revelada com outra roupagem.
    Diante de uma cultura já arraigada pelo terror da violência, surge ainda a mídia com seu poder de persuasão que tem influenciado fortemente na questão sobre a punição mais severa, instigando o ódio e a sensação de impunidade através de suas campanhas diárias, dando “ênfase ao que chamam o mal da violência” (SOUSA FILHO, p. 107, grifo do autor), reproduzindo-a dramaticamente, encontrando assim, apoio na insatisfação da população, e estes, sem se ater que estão sendo manipulados pelos meios de comunicação sensacionalistas e pontual, abrigados pelo senso comum.
    Outro fator que a mídia promove está ligado à formação de uma ideologia da condenação, em que “os indivíduos, ao absorverem o discurso dominante sobre a violência, convertem-se em cúmplices da sua própria condenação, sem disso tomarem consciência” (SOUSA FILHO, p. 111), uma vez que, as classes populares são as que estão tragicamente ligadas a situações de violência, ou seja, serão os próprios a receberem o retorno do que levaram a crer que seria a solução.
    Diante disso, é perceptível que as pessoas vêm agindo por extinto de “sobrevivência”, pautado no que são levadas a acreditar ser a violência real e por acreditarem nisso acaba-se por ser deixado um pouco de lado a real questão, que não há bandidos e mocinhos, posto que, são todos vítimas de uma sociedade desassistida desde seu nascimento.
    Numa segunda análise, com base em Marcos Rolim (2006), surge a questão de que a forma com que os jornais e ficção tratam a violência e o crime pode influenciar no comportamento das pessoas quanto à violência e práticas ilegais, ou seja, será que a mídia pode influenciar as pessoas ao crime? Diante desse questionamento, o que se percebe é que da forma com que esse tipo de mídia aborda a questão da violência levando a população a se revoltar, desde a sensação de impunidade, até o fato de instiga-los a querer fazer justiça com as próprias mãos, por sentirem-se assim desamparados pelo sistema de segurança pública, ela provavelmente gera o que podemos destacar como incitação à violência, quando na verdade deveriam está usando seu recurso para fazer a diferença, esclarecendo seus conteúdos de forma ética e não violenta.
    Outro ponto importante a destacar é que a mídia sensacionalista também repassa o crime e a violência de forma repressiva, isso ocorre pela forma com que a criminalidade e a violência são tratadas, revelando assim uma “realidade invertida” reproduzindo na população preconceitos e sede de vingança.
    Cabe concluir que pelo fato da mídia ser formadora de opinião e geradora de vários questionamentos, ainda há muito a se saber e fazer a respeito do que reportam, levando em consideração que ela é acessada por todos. É importante que seja encontrado uma forma de garantir que todos tenham acesso a uma mídia ética que não busque audiência através da cólera, que não encubra a realidade dos fatos, que não alimente o ódio e a sensação de insegurança, mais do que já sentimos, não precisamos que nos coloquem terror queremos entender o que há por traz de tudo e assim lutar por uma sociedade melhor.

    REFERÊNCIAS

    SOUSA FILHO, Alípio de. Medos, Mitos e Castigos: notas sobre a pena de morte. – Q46. Editora Cortez, 120 p.

    ROLIM, Marcos. A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI - Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2006, 311 p.

    Stefany Floripes Da Silva.
    Especialização Em Assistência Sociojurídica E Segurança Pública
    Turma 2013 A

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  4. Os meios de comunicação em geral são ferramentas indispensáveis no mundo globalizado no qual vivemos. Todavia, à depender dos interesses de quem a manipula, do objetivo que se quer alcançar com as informações propagadas em questões de segundos, estas ferramentas podem ser extremamente perigosas. De uns tempos pra cá, estamos presenciando a violência urbana ser vendida como produto da mídia quando enfatizada em jornais, revistas e programas de televisão provocando uma verdadeira empreitada na geração de mais violência e terror pela opinião pública como única alternativa de sanar a sensação de insegurança. E é essa opinião pública que clama por medidas mais enérgicas do Estado, sempre de cunho repressivo para coibir e eliminar os ditos violentos (SOUZA FILHO, 1995). Segundo esse mesmo autor, o que é tomado como a opinião pública é uma visão socialmente produzida a partir daquilo que a sociedade, o poder e a realidade vivenciam imediatamente pelos indivíduos no dia a dia. Ainda é preciso observar, que a ideologia criada socialmente e fomentada pela mídia é de difícil rompimento visto que a esfera dos dominados não têm alternativas no contexto da vida cotidiana de pensar de forma diferente. Mesmo assim, é impensável a superação desse culto irrestrito à violência sem o auxílio da própria mídia.

    Yannes Romeika de O. Santos
    Aluna de Especialização em Segurança Pública e Assessoria Sociojuridica
    Turma 2013 A

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    1. Yannes, qual o nome do texto de Souza Filho que você usou?

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    2. Medo, mitos e castigos: notas sobre apena de morte -livro da Cortez

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Cada vez mais o índice de criminalidade vem aumentando e com ele o sensacionalismo colocado pela mídia nesse sentido. Um dos principais fatores para essa violência estar crescendo exacerbadamente é a impunidade. Não existe um “castigo” adequado para aquelas pessoas que infringem a lei, pois, a polícia é ineficiente em termos de cobertura, as cadeias estão superlotadas, as penas são injustas, a desvalorização profissional etc. Por tudo isso, a mídia cai em cima e ao invés de relatar o ocorrido, elas exploram o assunto atrás de audiência. O sensacionalismo é um dos principais fatores para que haja um certo entusiasmo jornalístico, com a finalidade de divulgar diversos crimes que ocorrem todos os dias em nosso país. Muitos dizem que esses programas policiais acabam estimulando a violência com as suas divulgações e explanações do tipo: “O crime compensa. Não há impunidade em nosso país, vamos roubar, matar”. Essas palavras acabam por estimular ainda mais a pessoa que já faz parte desse mundo de pequenos furtos e acaba percebendo que matar, extorquir, sequestrar, pode ser “compensador” pelo fato de saberem que a impunidade é mínima. Muitos desses programas e essa mídia sensacionalista acabam sendo uma universidade do crime para muitos cidadãos brasileiros. Infelizmente.

    Mayara Costa Barreto.
    Aluna da Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública.
    Turma 2013 A.

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  7. A sociedade brasileira vem sofrendo com o crescente aumento dos crimes e da violência urbana.
    Neste contexto, a mídia pode se tornar uma das mais influentes formas de se alastrar e porque não dizer, incitar a violência, principalmente quando usada por grupos de interesses específicos.
    É o que vem acontecendo atualmente no país, tem sido bastante falado, veiculado e explorado na mídia, de forma sensacionalista o aumento da violência e dos crimes violentos praticados especificamente por crianças e adolescentes, evidenciando principalmente os oriundos de classe social menos favorecida, e negra.
    Desse modo, a mídia tem influenciando o crescente aumento da pressão popular frente ao Estado por mais Segurança Pública, principalmente no que diz respeito à pressão pela redução da maioridade penal. Esta vem sendo considerada por uma boa parcela da população como uma forma de acabar com a violência no país, como se os adolescentes fossem os únicos responsáveis pelo aumento da violência.
    Conclui-se que, os veículos de comunicação têm um imenso poder para mobilizar as pessoas, e isso pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal. No que se refere à reprodução da violência, a mídia altera a percepção dos indivíduos, pois a cobertura dos fatos apresentando nem sempre é condizentes com a realidade, muitas vezes pautando-se em acontecimentos extraordinários, e que de preferência sejam causadores da comoção popular, visando apenas à audiência, sem a menor preocupação se estão incitando a violência, ou contribuindo para o aumento da violação de direitos.

    Francisca Samara M. de Figueiredo
    Aluna da Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública
    Turma 2013 - A

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  8. Hoje em dia, crime e violência foram entronizadas no cotidiano de todos, não são poucas as notícias que nos chegam, expondo os reflexos dessa problemática no Brasil e no mundo. Nota-se que a violência e seus efeitos tem fragilizado as instituições sociais, e somando-se a isso, a corrupção que também tem atingido todos os níveis da administração pública, produzem uma falta de credibilidade e de confiança nas autoridades. Vivemos, dessa forma, com uma crescente sensação de insegurança que motiva muitas vezes a população a tentar resolver os conflitos. Não são raras as notícias que nos mostram os casos de linchamentos, em que os ditos "justiceiros" fazem "justiça" com as próprias mãos alegando a ineficácia das ações públicas. Segundo o filósofo Robson Souza (2005), diante desses crimes, a mídia é sensacionalista, frequentemente se apropria, divulga, espetaculariza, sensacionaliza, ou banaliza os atos de violência. No geral, não se traz uma informação qualificada, transparente e ética sobre os assuntos que envolvem os fenômenos da criminalidade. Marcos Rolim (2006), acrescenta que os noticiários aumentam as angustias públicas diante da violência e promovem uma sensação de insegurança normalmente desproporcional aos riscos concretos. Para finalizar ressalta-se também algumas considerações importantes que este autor traz sobre a mídia como recurso antiviolência, que é de suma importância destacar. Rolim expõe que a mídia tomando um posicionamento diferente do que se nota, deveria tratar o tema da criminalidade com muita discrição , deveria, sobretudo, impedir que ela se transformasse em espetáculo. Isso deve ser feito sem privar os espectadores de informações relevantes, enfatizando o que pode ser feito para prevenção das condutas inadequadas.

    Camilla Braz Arcanjo
    Aluna da Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública
    Turma 2013 - A

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  9. PARTE I:

    No que concerne ao papel da mídia frente à temática da violência, percebemos a banalização da violência através dos meios de comunicação de massa. São estes os principais organizadores do consenso espraiado socialmente sendo, portanto, os principais construtores da ideologia.
    Em se tratando de “jornalismo”, se lida com algo que não pode ser compreendido como estando desvinculado de uma (ou mais) ideia moral. Qualquer matéria, por mais “objetiva” que pareça ser, estará sempre estruturada em uma ideia moral. Em “a síndrome da rainha vermelha” Marcos Rolim afirma:

    “Antes mesmo da matéria, aquilo que aparece como ‘fato’ já é o resultado de uma escolha subjetiva que aparece naturalmente, como se fosse uma evidência, apenas na medida em que nossos valores morais são, para nós mesmos, ‘evidentes’. [...] Mas o conteúdo da informação vai estar associado (contraditoriamente) à particularidade que nele se propõem, ou melhor, que são delineadas ou insinuadas pela subjetividade do jornalista” (Rolim, p.189).

    Para que alguns dos acontecimentos relatados na mídia tivessem um pouco mais de precisão, seria necessário fazer uma análise conjuntural contextualizando-os no contexto histórico e social da sociedade em análise.
    O que é exposto como “fato” (a exemplo de um homicídio) parece “libertar-se” de suas circunstâncias, sendo mostrado sem que se permita qualquer referência às condições que poderiam ser identificadas como precursoras da própria violência.
    Desta feita, quando esse método de noticiar o crime torna-se hegemônico, torna-se pouco provável que o fenômeno da violência seja percebido pelos telespectadores em sua complexidade. O sentido produzido quando emergem crimes violentos é o da “expressão da maldade dos indivíduos”, sem contextualização dos fenômenos.
    Geralmente os eventos trágicos são apresentados como “atos singulares de loucura”, os quais não possuem referência social expressando, portanto, fenômenos sociais independentes – logo o problema se reduz aos autores.

    CONTINUA ACIMA

    Aryanne Mannuela de Lima Beserra
    Bacharel em Serviço Social
    Cursando Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública - Turma 2013 - A

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  10. No vídeo acima exposto, da TV Cultura, Rodrigo de Almeida – Diretor de site de Jornalismo expõe seu questionamento acerca do objetivo dos meios de comunicação em noticiar determinado assunto: “Até onde você vai simplesmente relatar aquela história, ou explorá-la em nome de uma grande audiência?”.
    Airton Soares, Advogado e Ex-deputado federal, também expõe seu posicionamento acerca do sensacionalismo midiático:

    “A impunidade tem sido um dos fatores que estimulam a criminalidade. Mas nem só de impunidade vive a justiça brasileira. Há condenações severas a crimes que são praticados. Só que a imprensa pelo sensacionalismo de uma morte provocada por fogo, violência, tiro na cabeça; divulga com muito mais saciedade e muito mais entusiasmo jornalístico essas notícias sem dizer, depois, que esse cidadão foi preso, condenado e cumpre pena.”

    Enfatizando posteriormente que, quando ocorrem raras divulgações das penas relativas aos crimes cometidos, a mídia sempre revela o tempo que o condenado irá passar preso (três anos, por exemplo), dando a ideia que, após sua soltura, voltará a cometer os mesmos atos (ou piores) expressando a ideia constante de “impunidade”.
    Compreendemos, portanto, que a mídia poder ser um canal promotor e, ao mesmo tempo, violador dos direitos humanos bem como possui parcela significativa de seus organizadores com direcionamento para uma elite econômica e cultural. “[...] o jornal é também um produto. Precisa vender. E, como se repete muito nas redações, pobre não lê jornal”. (Dimenstein, 1996:649)
    O artigo 221 da Constituição Federal Brasileira estabelece os seguintes princípios para a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão:
    I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
    II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
    III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
    IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
    Desta feita, a liberdade de imprensa deveria ser um direito a ser exercido dentro de determinados parâmetros, visto que também se garante por lei a tutela dos direitos à intimidade, à honra, à presunção da inocência, etc.

    Aryanne Mannuela de Lima Beserra
    Bacharel em Serviço Social
    Cursando Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública - Turma 2013 - A

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  11. Como é sabido, não é de hoje a discussão acerca da mídia frente à temática da violência no Brasil, no entanto em meio ao crescente índice de violência em nosso país, e da exposição frequente, via meios de comunicação, da criminalidade e impunidade, a sociedade se ver na obrigação de cobrar o Estado por uma segurança pública eficaz, de modo que, em sua maioria, enxergam na redução da maioridade penal, na severidade de penas, dentre outros fatores uma alternativa para o problema. O sensacionalismo e a exposição excessiva da problemática da violência, leva ao apelo emotivo e o uso de imagens chocantes na cobertura de um determinado fato para o seu público alvo, o qual se caracteriza por pessoas que não possuem um conhecimento e uma escolaridade de boa qualidade, de modo que acolhem e tornam-se reféns dessa ideologia, vivendo aprisionados com medo, bem como defensores de medidas severas diante a impunidade repassada e intensificada via meios de comunicação. Diante toda a discussão, é imprescindível destacar que a mídia é vista como principal meio em que a opinião pública é gerada e formada, a qual acarreta grandes modificações de antigos valores ou até mesmo induzis na mudança de comportamento das pessoas. Deste modo, acredita-se que as empresas de comunicação devam utilizar a mídia de maneira não abusiva, haja vista ser um campo estratégico para conscientizar, informar e entreter, sobretudo resguardando aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. Assim sendo, pode-se concluir que as causas das violências existentes não se relacionam de forma direta com a mídia e sim por meio de políticas públicas defasadas, as quais atingem toda a sociedade.

    Luana Mayara da Costa Silva
    Bacharel em Serviço Social
    Cursando Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública - Turma 2013 - A

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  12. O crime e em especial a violência é um acontecimento que atrai fortemente a atenção das pessoas. A maneira como a mídia trata o crime e a violência torna o tema bastante relevante porque aquela acaba oferecendo novas representações sobre tais fenômenos e dessa forma influencia a percepção do público; por outro lado também estimula comportamentos como a violência interpessoal e práticas ilegais.
    Muitas pessoas imaginam que a mídia sempre está voltada para a realidade, mas na verdade ela está preocupada em nos mostrar o que aparece como surpreendente, improvável, algo novo. Vale apena destacar que por mais que a matéria jornalística tente transparecer a realidade dos fatos, ela sempre estará fundamentada em uma idéia moral. Por moral podemos dizer que se trata do conjunto de valores, de normas e de noções do que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de uma determinada sociedade, de uma cultura.
    A maneira como o crime é retratado pela mídia, em especial os casos mais violentos como por exemplo os assassinatos, transparece uma intenção de sensacionalizar aquele fato e de extirpar as situações e condições que poderiam ter sido precursoras da violência em si. Há uma tendência pela mídia em explicar e justificar o crime violento como expressão da maldade dos indivíduos. Como exemplo disso temos o menor infrator, o qual vem sempre sendo tratado pela mídia como um ser malévolo, como se ele mesmo fosse a própria ação delituosa que cometeu , destituído de história, ou de qualquer outro atributo que revele sua condição humana.
    Estudos mostram que os noticiários sobre o crime tendem a superestimar o risco real enfrentado pelas pessoas criando uma imagem deturpada dos fatos causando uma sensação de insegurança normalmente desproporcional aos riscos concretos. Sendo assim, esse processo gera menor tolerância por parte da sociedade e estimula formas agressivas de defesa.
    Por outro lado, quando a mídia torna essa forma de se relacionar com o crime e a violência uma regra, há uma tendência de que as polícias respondam com mais prisões e mais violência.
    Portanto, para que haja uma mudança significativa na sociedade no tocante a redução da violência e criminalidade é necessário que esses temas sejam discutidos e mostrados pela mídia numa perspectiva que atente para história dos fatos sob uma ótica mais humana, social, mais cidadã. Por outro lado soma-se a isso a necessária efetivação de políticas públicas como de segurança pública, educação, saúde, entre outras, as quais estão intimamente interligadas e precisam ser materializadas em conjunto, pois dessa forma é que pode-se realmente proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população brasileira em todos os aspectos, fazendo valer dessa forma seus direitos como garante a Constituição Federal de 1988.


    Kênya Katyusse Paz de Albuquerque
    Bacharel em Serviço Social
    Cursando Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública - Turma 2013 - A

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  13. Como sabemos, a violência não é um acontecimento isolado, ela se manifesta na sociedade de diversas formas: violência intrafamiliar, institucional, violência advinda da delinquência e negligência para com os cidadãos, entre outras. A partir disso, essa violência vem ganhando cada vez mais espaço e visibilidade, principalmente nos meios de comunicação. Os casos de assaltos, assassinatos, estupros crescem de forma rápida na televisão brasileira e ainda de forma banalizada, com as pessoas passando a se proteger da maneira como podem: colocam câmeras de segurança; vivem atrás de grades, literalmente; com cercas elétricas; etc. Mas, será que isso funciona? A população vive amedrontada, pois vê apenas questões de violência na mídia (Os jornais policialescos cresceram rapidamente) e já passa a viver refém do medo. O que, infelizmente, percebe-se é que a mídia, muitas vezes, mostram essa questão de uma forma sensacionalista, apenas para atrair expectadores. É claro que não se pode negar que a violência existe e é está presente em todos os lugares, mas também não se pode utilizar dessa informação de forma abusiva e midiática, fazendo com que a população fique “refém do medo”, como já foi dito. A mídia é um instrumento muito importante de informação, chegando mais rápido às casas da maioria das pessoas, e deveria ser utilizada de uma forma inteligente e mais consciente para o próprio bem da sociedade.

    Clarice Raquel Maciel do Nascimento.
    Especialização em Assistência Sócio-Jurídica e Segurança Pública/Turma A 2013

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  14. A quem interessa a (in)segurança pública e quais são os reflexos na sociedade brasileira? – Ao se discutir violência é preciso um ponto de vista. Não necessariamente que este seja claro, coerente ou mais correto.
    Podemos entender a violência como forma de privação ou como o uso da força física e do constrangimento psíquico para obrigar alguém a agir de modo contraria a sua natureza e ao seu ser. Mas é preciso ponderar que sociedades diferentes estruturam violências diferentes, ou seja, as várias culturas e sociedades não definiram e nem definem a violência da mesma maneira (CHAUI, 2000).
    Em relação as causas da violência, alguns estudiosos tem diferentes posicionamentos. Émile Durkheim, por exemplo, considerava a violência como um subproduto social e que existe em toda sociedade e em qualquer época. Para Karl Marx, a violência seria resultante das lutas de classe. Já Hannah Arendt diz que a escalada da violência pode significar a deterioração do poder do Estado. Outros opinam que a violência tem causas difusas como racismo, intolerância, desigualdades sociais, processos de exclusão, ineficácia da lei/impunidade, omissão do Estado entre outras (SANTANA, 2004).
    É notório que a sociedade brasileira se vê num clima de medo e insegurança. O crescimento da violência, acrescentando a indiferença dos governos e ao sentimento de impunidade aumenta a inquietude da população. E quando a violência relaciona as coberturas jornalísticas, percebemos que os meios de comunicação de massa denunciam, sem cessar, os fatos violentos da vida cotidiana, apenas os mais acentuados, por não ser possível mais dar conta de todos os acontecimentos criminais (PRETI apud DIAS, 2008). Prato cheio para os programas policiais sensacionalistas no qual se pautam na espetacularização e a banalização da violência, tornando-a normal e comum.
    Sabemos que constitucionalmente, no art. 5º, existe o direito à liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação. E que é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. Contudo, podemos questionar a mídia sobre a forma e suas verdadeiras intenções em proporcionar noticiário violento.
    Os meios de comunicação podem influenciar comportamentos, colaborando para a construção de políticas públicas, dependendo dos debates que geram na sociedade. A mídia, também, pode ser compreendida como instrumento de controle social que contribui (ou não) para que o Estado assuma definitivamente seu papel à frente dessas questões (UNESCO, ). Dessa forma, é preciso saber diferenciar a capacidade mobilizatória da mídia da capacidade manipulatória.
    Nas legislações brasileiras anteriores, já foi prevista a pena de morte. Historicamente, impera na sociedade o mito do castigo exemplar, com ideia de disciplinização, com o intuito de coibir a violência.
    A exposição chocante de fatos, ideias, acontecimentos e, visando a ‘informar/emocionar’ a população, podemos observar que os meios de comunicação estão subliminarmente apontando a necessidade de medidas fortes, sempre repressivas, para coibir e eliminar os violentos.
    Se fomos utilizar como base as redes sociais, podemos constatar o mesmo que o autor (SOUZA FILHO) constatou na época da elaboração do livro (1995), o quanto a população acredita que é mesmo a pena de morte o remédio para acabar com o que é visto como sendo violência. Acrescento um agravante, hoje em dias, a sentença de pena de morte não é dada através do julgamento mediante ao devido processo penal legal e sim pelas próprias mãos, como é o caso dos linchamentos que ocorre diariamente.
    A quem interessa a (in)segurança pública e quais são os reflexos na sociedade brasileira?

    Priscila Mayara de Oliveira Barroca
    Especialização em Assistência Sócio-Jurídica e Segurança Pública/Turma A 2013

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    1. REFERENCIAS:

      CHAUÍ, Marilena. A existência ética. In: Concite à Filosofia. São Paulo: Africa, 2000.
      SOUZA FILHO, Alípio de. A sociedade brasileira e a pena de morte. In: Medo, mitos e castigos: notas sobre a pena de morte. São Paulo: Cortez, 1995
      DIAS, Ana Rosa Ferreira. O discurso da Violência: as marcas da oralidade no jornalismo popular. São Paio: Cortez, 2008.
      SANTANA, Marcos Silvio. A violência na mídia e seus reflexos na sociedade. Jusnavigandi. 2004

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    2. *Onde está escrito UNESCO, na verdade é UNICEF."
      "Violência na Mídia. http://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_04.pdf

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  15. Encarada como um dos principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira atualmente, a violência - e/ou seus reflexos - está presente na vida de cada um de nós, sendo apresentada em forma de roubo, assassinato, agressão, abuso, dentre outras. Por se tratar de um fenômeno recorrente e de apelo social, a violência e suas nuances passaram a ter grande destaque nos meios de comunicação, ganhando tamanha projeção midiática que merece a nossa atenção e crítica.

    Ao adentrarmos no universo das notícias, é preciso ter em mente que o objetivo do jornalismo é noticiar o novo, o improvável. Segundo Rolim (2006), o valor moral que compartilhamos é outro fator que interfere na hora de noticiar um fato. Nesse sentido, algo improvável e que vá de encontro ao valor moral por nós construído, terá maior valor do que algum fato trivial que esteja acontecendo. Aproveitando-se desse fato, a mídia, principalmente televisiva, apela para os noticiários que envolvem crime e violência (temáticas atuais e urgentes), gerando repercussões negativas na população e, principalmente, sendo um grande formador de opiniões públicas. A mídia, o jornalismo, trabalham com recortes. Diante de um fato, que por sua vez possui inúmeras faces e fatores, é preferível destacar aquilo que irá “mexer” com os telespectadores. Assim sendo, o teor sensacionalista dos noticiários vem a tona. “Vender” a ideia de que um rapaz, por exemplo, furtou e assassinou uma senhora é muito mais interessante do que tentar observar que a falta de políticas públicas de apoio ao rapaz podem ter desencadeado tal comportamento.

    Com o apelo da mídia, a violência se tornou uma indústria. A indústria da violência invade nossas casas e nos é vendida todos os dias, gerando medo e paralisação. O crime choca, preocupa e aterroriza, mas ao mesmo tempo é algo que está banalizado, naturalizado, adentrou na rotina de todos nós. Alimentados pela mídia, voltamos à Lei de Talião. Se matou, merece a morte. Se furtou, que apodreça na cadeia. Se agrediu, que seja amarrado à um poste e linchado em via pública. Retrocesso? Necessidade de castigar e punir? De fato, a impunidade – que é escancarada para nós - é uma marca do sistema brasileiro, e termina por alimentar novos crimes.

    É inegável a importância dos meios de comunicação para a sociedade, entretanto, diante dos fatos expostos, é preciso repensar o seu papel atual diante da população. Que formação de opinião é essa? O que há por trás da manchete ou da reportagem de crime? Há quem serve esses fatos parcialmente noticiados? Até quando vamos alimentar a indústria da violência?

    Referência:
    Rolim, Marcos. A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI - Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2006.

    Larissa Medeiros de Souza
    Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública
    Turma 2013 A

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  16. Historicamente o crime e a violência traz verdadeiro “fascínio” na sociedade, principalmente aqueles mais cruéis e mais improváveis de ser cometido pelo individuo comum, e por isso tal situação sempre foi explorada de alguma forma pelos meios de comunicação. De acordo com Alípio, antes mesmo de existirem televisão e rádio esses crimes eram divulgados através de bibliografias e folhetins que faziam grande sucesso na Europa. A mídia atual seja ela televisiva ou informatizada, vem apenas dando continuidade a essa tendência, e claro se especializando cada vez mais na espetacularização do crime, não só com o intuito de informar, mas também de formar opiniões a cerca da segurança publica. Tal situação provoca desastrosas consequências para a sociedade, pois propositadamente ou não, a mídia busca mostrar sempre a barbárie do crime não solucionado, o ser malévolo e cruel que cometeu o crime, a impunidade e a ineficácia do Estado e da Policia. Ao mostrar a impunidade dos violadores e a ineficácia do estado, além de produzir uma cultura do medo onde a sociedade passa a trancar-se dentro de suas casas, ou aqueles que possuem melhor condição financeira, a investir em meios de segurança privada, vem trazendo também a banalização da violência, faz com que a sociedade passe e exigir leis mais severas, mais cadeias, diminuição de maioridade penal e até mesmo sede de vingança, onde indivíduos ditos “pessoas de bem” passam a acreditar que podem acabar com a violência cometendo outro ato de violência, como é o caso dos chamados “Justiceiros”. Pois a população passa a creditar que, se o Estado não dá conta, devem resolver sozinha. Um dos fatores que mais choca é que a situação de violência e a influência da mídia está tão exacerbada, é que tais pensamentos e atitudes não partem apenas de pessoas ditas sem estudo, mas também de indivíduos estudados e esclarecidos. Diante do exposto é inegável a influência da mídia no aumento da violência, no entanto não podemos esquecer a importância desse meio de comunicação para a sociedade e nem podemos permitir que com esse argumento volte à tona os atos praticados na Ditadura Militar que impedem a liberdade de expressão. Talvez, considerando que atualmente existem “artistas” e “vereadores” apresentando conhecidos programas policiais, o que precisa ser revisto seja a formação profissional destes????

    Referência:
    Rolim, Marcos. A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI - Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2006.

    Giselle Mary Paiva da Cruz Silva
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública
    Turma 2013 A

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  17. Historicamente o crime e a violência traz verdadeiro “fascínio” na sociedade, principalmente aqueles mais cruéis e mais improváveis de ser cometido pelo individuo comum, e por isso tal situação sempre foi explorada de alguma forma pelos meios de comunicação. De acordo com Rolim, antes mesmo de existirem televisão e rádio esses crimes eram divulgados através de bibliografias e folhetins que faziam grande sucesso na Europa. A mídia atual seja ela televisiva ou informatizada, vem apenas dando continuidade a essa tendência, e claro se especializando cada vez mais na espetacularização do crime, não só com o intuito de informar, mas também de formar opiniões a cerca da segurança publica. Tal situação provoca desastrosas consequências para a sociedade, pois propositadamente ou não, a mídia busca mostrar sempre a barbárie do crime não solucionado, o ser malévolo e cruel que cometeu o crime, a impunidade e a ineficácia do Estado e da Policia. Ao mostrar a impunidade dos violadores e a ineficácia do estado, além de produzir uma cultura do medo onde a sociedade passa a trancar-se dentro de suas casas, ou aqueles que possuem melhor condição financeira, a investir em meios de segurança privada, vem trazendo também a banalização da violência, faz com que a sociedade passe e exigir leis mais severas, mais cadeias, diminuição de maioridade penal e até mesmo sede de vingança, onde indivíduos ditos “pessoas de bem” passam a acreditar que podem acabar com a violência cometendo outro ato de violência, como é o caso dos chamados “Justiceiros”. Pois a população passa a creditar que, se o Estado não dá conta, devem resolver sozinha. Um dos fatores que mais choca é que a situação de violência e a influência da mídia está tão exacerbada, é que tais pensamentos e atitudes não partem apenas de pessoas ditas sem estudo, mas também de indivíduos estudados e esclarecidos. Diante do exposto é inegável a influência da mídia no aumento da violência, no entanto não podemos esquecer a importância desse meio de comunicação para a sociedade e nem podemos permitir que com esse argumento volte à tona os atos praticados na Ditadura Militar que impedem a liberdade de expressão. Talvez, considerando que atualmente existem “artistas” e “vereadores” apresentando conhecidos programas policiais, o que precisa ser revisto seja a formação profissional destes????

    Referência:
    Rolim, Marcos. A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI - Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2006.

    Giselle Mary Paiva da Cruz Silva
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública
    Turma 2013 A

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  18. A temática da violência e criminalidade tem ganhado centralidade das discussões nos diversos espaços da sociedade, em virtude, justamente, do seu aumento estrondoso nos últimos anos. A sociedade busca hoje soluções, medidas consistentes, duradouras e claras no combate e na prevenção do crime. Essa temática divide a opinião pública. Se por um lado há os que buscam pela adoção de políticas de segurança pública eficientes, levando em conta a necessidade de reformas profundas no sistema de justiça criminal. Por outro, a violência atrelada a corrupção que atinge todos os níveis da administração pública, tem produzido, em grande parcela da população, a falta de credibilidade e de confiança nas autoridades o que acarreta na defesa da auto-resolução dos conflitos, ou seja, muitos enxergam como solução fazer justiça com as próprias mãos.
    Dentro desse contexto, temos a mídia, que percebendo a importância do momento histórico, tem aprofundado as discussões sobre essa temática, realizando, assim, de forma cada vez mais constante, a cobertura sobre a segurança pública. Dessa forma, a mídia se torna uma das principais formas de se propagar e falar dessa questão e, em até certo ponto, exaltar a violência. Não se pode falar de forma generalizada, no entanto, há, nos dias atuais, muitos aparelhos midiáticos que se debruçam sobre esse fenômeno que é múltiplo e complexo, com simplificações e generalizações grosseiras e, na maioria das vezes, tendenciosas, colaborando, com o seu poder de comunicação, para a apologia da violência.
    A presença constante e a cobertura envolvendo a violência e a criminalidade como “cobertura de polícia”, estimula muito mais as ações violentas para a resolução de simples conflitos cotidianos do que atos pacíficos e de respeito aos outros. Se faz necessário, portanto, compreender que está ultrapassado o tempo em que os crimes eram assuntos de polícia. Atualmente, são questões que se encaixam na esfera da segurança pública, que influenciam a qualidade de vida dos cidadãos e merecem tratamento qualificado e contextualizado frente a complexidade que envolve o fenômeno da violência.
    Lis Mônara Araújo de Oliveira
    Aluna da Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública-Facex Turma 2013 A.

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  19. A cultura na qual a sociedade atual esta inserida, a violência é observada como o uso da força física e do constrangimento psíquico para obrigar a alguém a agir de forma contrária ao seu ser. Conforme Chauí (2000), a violência constitui-se como a violação da integridade física e psíquica, da dignidade humana, por esse motivo os crimes como assassinato, tortura, injustiça, estrupo, roubo e dentre outros são considerados violência.
    Nesse sentido, é valido ressaltar que nessa sociedade de consumo, no qual o “ter” (bens materiais) vale mais do que o “ser” (ético/moral), verifica-se que os valores morais e éticos estão se esvaziando, onde percebe-se uma “ética” própria de cada grupo social se comporta frente a diversos fenômenos da sociedade, assim como o já destacado no parágrafo anterior.
    Devido a essa nova “ética” na sociedade, o vídeo da TV Cultura mostra a banalização da violência, tão cotidiana em nosso dia a dia, cercado de programas de televisão tidos como “policiais”, que se utilizam do sensacionalismo para envolver os telespectadores através do emocional, mostrando diversos tipos de crime e divulgando com excessivamente a impunidade que ocorre com tais atos praticados, caba por estimular uma parcela da sociedade a cometer tais atos ilícitos.
    No decorrer do vídeo, a jornalista chama a atenção para o fato da reestruturação dos órgãos de segurança pública, tais como a polícia militar, polícia civil, ministério público e outros atores que possam agir de maneira coerente com os seus objetivos, onde no qual é necessário um investimento maciço em agentes de segurança pública e em infraestrutura.
    De acordo com o autor Alípio de Souza, criou-se o mito da “opinião pública”, sendo este um dos mitos que mais servem à dominação da sociedade contemporânea, pois é nele que o poder se apoia para dar legitimidade as suas ações, onde essa opinião publica é uma visão socialmente construída a partir de como a sociedade, o poder e a realidade como um todo à observação imediata dos indivíduos, na vida cotidiana, sem nenhuma reflexão cientifica, pois a sociedade clama por respostas rápidas, e como esse programas de televisão sugerem respostas rápidas tais como pena de morte, redução da maioridade penal, a população leiga acaba que se identificando com esse discursos imediatistas.
    Dessa maneira, é importante observar que um problema como a violência necessita de resposta sim, porém a longo, médio e curto prazo, é necessário que seja investido nas políticas públicas de saúde, educação, assistência social, trabalho e dentre outras, oferecendo serviços resolutivos, a justiça brasileira seja de fato resolutiva em julgar os acusados sem o viés classista como fora abordado na reportagem.

    Suzana Karla Martins Lima
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública

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  20. A violência apresenta-se como um fenômeno estrutural, que vem tomando proporções que fogem ao controle da segurança pública. É fato que o que está por trás dessa violência são as expressões da questão social, a educação, saúde, geração de trabalho e renda, lazer, cultura, habitação que acarretam o pauperismo e leva a transgressão da lei que por sua vez resulta na violência. Considero que a ultima instância seria a segurança pública, o que não ocorre no status quo, haja vista que a violência é tratada como unicamente problema de segurança.
    A mídia é uma arma muito potente na atualidade para propagar e disseminar muitas ideias, deixar a população informada com mais rapidez, além de ser utilizada como palco de muitas falácias e influenciar a opinião do público. Na atualidade a mídia está sendo utilizada como aparelho de consenso, haja vista que a mesma manipula e aliena o telespectador da forma como lhe melhor convier. É possível perceber que as principais filiais de TVs do estado está aliada a partidos políticos e consequentemente a interesses classistas e partidários, fato que leva a mídia atual a se utilizar desses espaços para mostrar justamente o que interessa, não aos espectadores, mas aos “grandes”.
    Nos dias atuais, o tipo de mídia que mais está sendo utilizada na TV do estado do RN é a sensacionalista, que entra na casa do popular disfarçada de “amigo” mostrando a face da violência que é na verdade resultado de um conjunto de faltas do Estado, negação e negligência de direitos constituídos que está sendo usurpado pela segurança pública como solucionadora desse caos. Nesse contexto, a violência vira espetáculo, merecedora de aplausos e coreografias, faz-se muito mais necessário que se aponte as causas e se discuta o que pode ser feito para prevenção e não somente o que aconteceu e o que deve ser feito como medida corretiva/pontual, que aliena a população com um discurso de estocagem de “marginais”, além de incentivar ao crime, quando na verdade nem essa tal estocagem é possível diante do sistema prisional o qual nos deparamos hoje no país.
    A forma como a ficção e o jornalismo contemporâneos tratam o crime e a violência constitui, de todo modo, um tema relevante. Primeiro porque ambos têm oferecido novas representações sobre aqueles fenômenos – o que influencia a percepção do público. Segundo porque muitas pesquisas têm investigado até que ponto os meios de comunicação social podem, de fato, estimular comportamentos disruptivos como a violência interpessoal ou as práticas ilegais. A pergunta-chave nesses trabalhos científicos é: a mídia pode ser criminológica? (ROLIM, 2009, p. 187).
    Diante do exposto acima, fica o questionamento para reflexão, o que a mídia tem a ver com índice de criminalidade atual? Qual o seu relacionamento com esse crescimento indicador? Que interesses existem por trás dessa mídia sensacionalista? O que a segurança pública pode de fato contribuir para a redução dessa violência estrutural? Por quê a educação não é tratada como fator de segurança pública? E por fim, será que já não temos as respostas?

    REFERÊNCIAS
    CHAUÍ, Marilena. A existência ética. In: Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
    ROLIM, Marcos. A mídia e o crime ou a violência como espetáculo. In: A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; Oxford, England: University of Oxford, Ceter for brazilian stadies, 2009.

    Jussiléa Cassiano Garcia
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Públlica
    Turma A 2013.1

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  21. Atualmente é inegável o avanço e a influência da mídia na vida das pessoas, porém essa influência pode ser tanto positiva quanto negativa. Dependendo do grau de conhecimento da população que recebe essa informação, ela pode ser influenciada ou não, pelo que está sendo exposto. Entretanto sabemos que uma grande parcela possui pouca escolaridade e consequentemente com escassez de argumentos contraditórios ao que está sendo divulgada. Por essa razão, tal notícia pode manipular o telespectador de tal forma a acreditar fielmente naquilo que está sendo apresentado.
    Naquilo que diz respeito à violência e a segurança pública, essa influência pode chegar a ser até maléfica, pois existe um grande sensacionalismo por parte dos meios de comunição e com isso a notícia não é fidedigna ao fato televisionado. Tal notícia pode ser fragmentada do fato em aspectos particulares ou descontextualizada, que causa a destruição da realidade original e a criação artificial da outra realidade “imposta” pela mídia, causando assim um padrão da inversão da realidade.
    Dessa forma, concordo com o entrevistado Marcos Antônio Villa (Historiador e Professor UFSCar) da reportagem da TV Cultura, quando ele diz que os programas polícias estimulam a violência, a exemplo disso temos os casos expostos nas reportagens exibidas dos programas policiais locais, onde os delinquentes disputam espaços com seus respectivos crimes para aparecerem na mídia.
    Por outro lado, a mídia tem pontos positivos a se destacar como, por exemplo, as campanhas de combate à violência contra a mulher, prevenção da violência no meio escolar, enfrentamento a violência contra o idoso, campanha contra a violência nos estádios de futebol e etc.
    Partindo desse ponto de vista, a mídia tem um papel importante na nossa sociedade, que é de levar à informação e o conhecimento de maneira mais rápida aqueles que não têm outro meio de acesso a esses temas, desde que está seja utilizada de forma ética e consciente.
    Enfim, os meios de comunicação vistos com o objetivo de contribuir para a valorização da diversidade, no combate a violência de todos os tipos, na promoção dos direitos humanos, tem sim a meu ver uma influência também positiva na vida da população.

    Jacqueline Nicácio do Nascimento.
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública.
    Turma 2013-A

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  22. Nos tempos atuais a população tem assistido a um verdadeiro espetáculo de violência ao vivo, câmeras de segurança têm filmado atos de violência e os programas policiais contribuem com o repasse dessas imagens sem respeito algum com os horários e o publico, na verdade o que importa é audiência midiática.
    Os apresentadores destes programas policiais tem tido um papel influenciável para os telespectadores, pois esses passam a reproduzir e a ter a mesma opinião sensacionalista que é transmitida pela mídia. A divulgação da impunidade dos crimes tem sido um dos temas mais abordados pelos meios de comunicação. A distorção de informações é evidente, pois, as consequências dos atos criminosos maus são transmitidas, e quando são a forma que é conduzida é de que os “castigos” são insuficientes. (SOUZA FILHO, 2005) vai dizer que os meios de comunicação acabam transformando todos em geral em defensores das medidas repressivas, para coibir e eliminar os violentos.
    Para solucionar a problemática (RAMOS, PAIVA, 2007) falam, a despeito dos avanços evidentes ocorridos nos últimos dias, a predominação no dia-a-dia da cobertura um tratamento superficial, revela um investimento ainda pequeno das redações em retratar o setor com a importância que ele tem. Assim, vive-se uma contradição: enquanto a mídia denuncia a gravidade da crise da segurança pública no país, abdica do papel de tomar a dianteira no debate sobre tema- o que poderia motivar ações do estado mais eficazes e abrangentes.


    Yáskara Raphaella Soares do Nascimento.
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sociojurídica e Segurança Pública.
    Turma 2013-A

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    Respostas
    1. OBS: Professor só pude postar hoje, pois só tive acesso a internet no trabalho, pois, estou em processo de mudança e a internet na minha casa ainda não está disponível.

      REFERÊNCIAS:

      SOUZA FILHO, Alípio de. A sociedade brasileira e a pena de morte.Medo, mitos e castigos: notas sobre a pena de morte. São Paulo: Cortez,1995. (Coleção questões de nossa época, vol.46).
      PAIVA, Anabela. RAMOS, Silvia. Midia, Violência: o desafio brasileiro na cobertura sobre violência, criminalidade e segurança pública. Rio de Janeiro, IUPERJ, 2007.

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  24. A violência e criminalidade não são sinônimas. Enquanto a violência é constrangimento físico ou moral, a criminalidade é a expressão dada pelo conjunto de infrações que são produzidas em um tempo e lugar determinado, é o conjunto dos crimes.
    O aumento da violência e criminalidade é um fenômeno social complexo, do qual ainda não detemos conhecimento suficiente para identificar com precisão seus fatores, mas sabemos que existem vários. A violência não é um fenômeno isolado, se manifesta sob diversas formas. Algumas pesquisas brasileiras têm destacado a magnitude do impacto da violência e da criminalidade que vem deixando marcas profundas de dor e sofrimento. De maneira geral, essas formas de violência ganham visibilidade e disseminação nos meios de comunicação, tanto na ficção quanto no jornalismo, tanto em texto quanto em imagens.
    O vídeo da TV Cultura mostra a banalização da violência, tão cotidiana em nosso dia a dia, cercado de programas de televisão tidos como “policiais”, que se utilizam do sensacionalismo para envolver os telespectadores através do emocional, mostrando diversos tipos de crime e divulgando com excessivamente a impunidade que ocorre com tais atos praticados, o que possibilita estimular uma parcela da sociedade a cometer tais atos ilícitos ou muitas vezes desacreditar na justiça, enforcando a morosidade do sistema.
    No Brasil, a questão da violência,tem levado setores da sociedade a questionar o papel de instituições que, de alguma forma, são responsáveis direta ou indiretamente tanto pela proteção quanto pela transmissão de valores morais e éticos aos cidadãos . Os meios de comunicaçãoestão entre elas, pois fazem parte do processo de socialização dos brasileiros e têm a importante função de levantar os temas que serão debatidos na sociedade.
    Mas infelizmente esse papel vem sendo desenvolvido por boa parte da mídia de forma errônea, pois, aproveitam os dados negativos da violência para espetacularização da tragédia humana, através de programas sensacionalistas que não tem a função de informar a população , mais sim de disseminar a cultura do medo e da impunidade através da banalização da violência considerando a guerra pela audiência, utiliza-se, cada vez mais, o recurso de misturar realidade e ficção. Tendo em vista que esses programas reproduzem a velha prática de tratar o fenômeno a partir do fato violento em si, desconsiderando as causas e o contexto.
    A utilização dos meios de comunicação de massa como veículos alienantes e meio de manobra do cidadão comum é algo que, a nosso ver, necessita de uma reflexão mais apurada, uma tentativa de desvendar o poder que a mídia pode exercer sobre a população. Não se trata aqui apenas do poder da notícia, da divulgação pura e simples de um fato, mas da propaganda ideológica por detrás da notícia, a disseminação metódica e continuada de alguns fatos em detrimento de outros. Os fatos cotidianos, os acontecimentos diários, não são o que se espelha nas páginas dos jornais, ou nas telas de televisão.

    Isabel Elaine Batista da Silva
    Bacharel em Serviço Social
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sóciojuridica e Segurança Pública
    Turma A -2013

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  25. Atualmente, percebe-se que o papel da mídia vem se confundindo frente à violência, pois ao invés de assumir o papel de informar, divulgar e noticiar, a mídia acaba espetacularizando, sensacionalizando e banalizando os atos de violência. A reprodução da violência pela mídia desvirtua a percepção que temos do fenômeno, pois a cobertura nem sempre é representativa do universo de crimes e sim dos eventos extraordinários e muitas vezes pontuais. Sendo assim, a mídia acaba por se regressar em uma das mais contundentes formas de se propagar e, em até certo ponto, exaltar a violência.
    É evidente que a mídia também assume um papel como formadora de opinião. Emissoras de rádio, jornais e, mormente os veículos televisivos, bombardeiam notícias e informações diariamente com o pseudo-escopo de (“DE”)formar cidadãos. A mídia facilita a promoção da informação e ao mesmo tempo tenta formar a opinião pública. Nesta linha, os meios de comunicação acabam por controlar a sociedade na medida em que estereotipa certas situações, cria mitos, generaliza enfoques, perspectivas e comportamentos diante de um determinado fato ou conflito. Sendo assim, ao noticiar as “barbáries” da (in)segurança pública, a mídia divulga os fatos de forma errônea, exaltando e sensacionalizando tais fatos isolados, fazendo com que os telespectadores crie uma (má)formação de opinião;
    Para a Mídia, o que interessa é a propagação das notícias sobre criminalidade que comovem ou que assustam. Ela não se preocupa com a celeuma decorrente da veiculação de um simples crime. Casos criminais famosos são espetacularizados pelos meios de comunicação. E na verdade, o que a Mídia busca com tudo isso é apenas o interesse do público, a audiência e conseqüentemente o lucro. Em meio a tudo isso, pode-se constatar que a mídia vem freqüentemente transgredindo o ordenamento jurídico brasileiro e vem deixando de cumprir o seu papel primacial que é o de informar e fomentar o debate público.
    Amanda Gabriella Morais de Moura.
    Aluna da Especialização em Assistência Sócio Jurídica e Segurança Pública. -Turma A 2013

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  27. A mídia vem ocupando um espaço importante na vida de alguns telespectadores, chegando a influenciar na formação de pensamentos, principalmente das pessoas menos favorecidas de informação, seja devido as condições sociais ou educacionais. Para os que investem na mídia está comprovado que a violência gera audiência, ou seja, estão surgindo cada vez mais programas sobre tragédia do dia a dia da população vista por diversos ângulos.
    A violência chegou a um ponto tão extremo que, se uma pessoa é assaltada mais não teve violência física, o dano é exporto pela mídia como algo normal, então o jornalista procura encontra algo mais trágico para que aquela matéria obtenha mais audiência, e esta passa a ser debatida farias vezes durante a programação daquela semana. Então qual o real interesse do jornalismo com a transmissão da violência? É diminui-la ou só obter pontos na audiência?
    No que diz respeito à segurança a mídia sempre encontra uma forma de demonstra a parte fraca, por exemplo, se um assaltante é procurado pela polícia, a notícia vai tratar da falta de policiamento, se este meliante é preso o foco é para as condições sub-humanas em que vivem os presos, em seguida retratam do funcionamento da delegacia sem equipamentos, afinal, Será que a violência no nosso país se resolveria somente com o aumento de policiamento, melhores equipamentos de segurança? Mais esta mesma mídia não diz que a violência está ligada a falta de assistência no que diz respeito a saúde e educação?
    Nem sempre o jornalismo é claro em suas informações, não há total liberdade de expressão, os assuntos que possam vir a prejudicar a emissora é cortado antes de virem ao ar. Alguns jornalistas audaciosos que tentaram insistir em não respeita este limite, batendo de frente em temas conflituosos, não tiveram bons resultados, podemos citar como exemplo recente a repórter Rachel Sheherazade, que não se abstendo de informar e expor sua opinião a emissora informou que teria entrado de “férias”, será que é férias de trabalho, ou férias dos impactos que suas reportagem vinham causando?
    É evidente que este país precisa tomar medidas urgentes no que diz respeito à segurança pública, saúde e educação, para que estes assuntos não se tornem tão comuns quanto já vemos atualmente. Que os jovens possam ir em busca de direito sem violência, que essas novas gerações encontrem formas de progredir. Que busquem conhecimento para não serem refém do jornalismo sensacionalista. Para isto, é preciso que estejamos sempre questionando para que não venha a ser esquecido.

    Especialização em Assistência Sócio Jurídica e Segurança Publica - Turma A 2013
    Maria de Lourdes

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  28. O debate essencial nesse momento: O poder que a mídia tem sobre as massas. O debate não é novo mais tem ganhado um olhar especial a partir da revolução das redes sociais. Hoje, obtemos notícias em tempo real, parece que estamos vivendo um grande big brother. Diante dessa revolução as grandes mídias, especialmente a televisa, tem buscado todo tipo de alternativa para concorrer com os novos meios de comunicação. Dessa forma, tem vencido o sensacionalismo como ferramenta de marketing para ganhar o público. Perdem-se valores e objetivos que deveriam ser regras para os meios de comunicação. A mídia não questiona mais, ou questiona apenas seus interesses. Percebe-se uma dura verdade, de que todos temos partidos a defender, e cinicamente a mídia incita e manipula as pessoas para que elas sejam neutras, “apolíticas”. Esse termo é um jargão bem moderno, divulgado por todas as bocas como um conceito unânime. Ideologia muito importante para o poderio da mídia tradicional continuar no palco principal, jorrando violência, sangue e mentiras, como meios de dominação. As pessoas vivem hoje como se fossem ser assaltadas a qualquer momento, como se fossem ser assassinadas a qualquer hora, é um medo urbano em que a psicologia já trata como pânico tem pessoas que não saem em multidão. O setor privado de segurança cresce assustadoramente, e os principais questionamentos são simplesmente ignorados por todos. Por que dar tanta atenção à exposição de uma cabeça decapitada do que questionar o processo de violência que desaguou nessa barbárie? O choro das famílias são explorados sem qualquer respeito humano, parece não haver limites para esse tipo de exposição. O que se perde nesse cenário? O poder libertador do conhecimento. Com narrativas pobres e exploração visual parece-se mais com uma lavagem cerebral do que realmente informação. A manipulação da mídia tem se tornado cada vez mais clara, no entanto, a maioria das pessoas não consegue utilizar os outros meios de comunicação que estão surgindo, ficando vítimas desse sistema atual de mídia. Parece não haver engajamento por parte da classe de jornalistas, onde se apresentam apenas como meros funcionários que obedecem a ordens do patrão sem se preocupar com a ética e a veracidade dos fatos. A falência da organização dos trabalhadores tem colocado a todos a submissão cega aos seus patrões. Predomina o descrédito a todas as instituições. A fala sempre é: “infelizmente é assim que são as coisas”, como se estivéssemos estagnados, como se o homem estivesse chegado ao máximo de sua evolução. Perde-se o poder de criação do homem, o poder de organização, nossa educação nos ensina a ser subservientes, a não questionar, e a essa crença do imutável, mas a quem beneficia essa ideologia? A realidade no momento é dura, no entanto, ao contrário do que se prega, o homem ainda questiona e recria suas relações sociais. Movimentos populares avançam com a proposta de democratização da comunicação no País, onde, segundo o site Para expressar a liberdade, menos de 10 famílias concentram empresas de jornais, revistas, rádios, Tvs e sites de comunicação”. As minorias excluídas e marginalizadas nessas mídias não tem direito à resposta, não existe pluralidade nem diversidade. A luta por uma mídia democrática é um grande passo para o processo de efetivação da democracia no nosso país. Termino com uma frase do querido Bauman em 44 cartas do mundo líquido moderno:

    Evelinny Alves de Oliveira
    Bacharel em Serviço Social
    Aluna do Curso de Especialização em Assistência Sócio jurídica e Segurança Pública - UNIFACEX
    Turma A -2013

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  29. Felizmente? Bem, talvez nem tanto, pois o pesadelo da informação insuficiente que fez nossos pais sofrerem foi substituído pelo pesadelo ainda mais terrível da enxurrada de informações que ameaça nos afogar, nos impede de nadar ou mergulhar (coisas diferentes de flutuar ou surfar). Como filtrar as notícias que importam no meio de tanto lixo inútil e irrelevante? Como captar as mensagens significativas entre o alarido sem nexo? Na balbúrdia de opiniões e sugestões contraditórias, parece que nos falta uma máquina de debulhar para separar o joio do trigo na montanha de mentiras, ilusões, refugo e lixo.

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