sábado, 24 de agosto de 2013

Uma certa brasilidade: subcultura depreciativa

Saudações carissímos (as)!

E eu que pensava que essa nossa subforma de se ver perante os demais (povos, culturas, jeitos, maneiras, performance...) já havia sido superada após os duros anos de chumbo e os progressivos anos "ascensão" social, os quais achamos que já passamos from 1985 until now!
Ledo engano, as formas de pensar e de agir permanecem e continuam se reproduzindo, silenciosamente e, perversamente na tessitura social, quer seja, inconscientemente, que seja, maquiavelicamente reproduzida por aqueles que detêm uma das mais ardilosas máquina  do poder - a mídia - nas suas mais variadas formas de manifestação....

Vejam abaixo uma matéria da Folha de São Paulo, que demonstra apenas uma  das formas de manifestação - a online, de pessoas que se expressam quando se identificam como sendo BRASILEIROS, como se isso fosse algo depreciativo, ou algo que o valha... (SOUZA, 2006), praticando jogo sujo e baixo, mendigado em troco de não denunciar por falsas práticas. É uma espécie de chantagem virtual! Para entender melhor veja a matéria!


Brasileiros ganham fama ruim praticando assaltos e arrastões em jogos on-line

ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO

Ouvir o texto
"Aqui é Brasil, seu safado!", gritou o jogador identificado pelo apelido L3L3K antes de assassinar um norte-americano no "DayZ", game de tiro em primeira pessoa. "Tinha que ser brasileiro", reclamou a vítima.
No jogo, ambientado em um mundo pós-apocalíptico apinhado de zumbis, os participantes têm que cooperar para sobreviver.
Editoria de Arte/Folhapress
Mas L3L3K faz parte de um grupo de jogadores que prefere roubar equipamentos e enganar outros gamers com o objetivo de "tocar o terror".
Há anos, o comportamento "tóxico" (termo usado pela indústria de jogos) é apontado por jogadores de games de multijogadores como tipicamente brasileiro.
"DayZ" é apenas o alvo mais recente, mas outros títulos, como "Call of Duty", "World of Warcraft", "DotA" e "Minecraft", entre vários outros, também têm legiões de arruaceiros brasucas.
No fórum do game "League of Legends", é possível ler frases como "brasileiros são o submundo dos games on-line, a personificação do que é ser troll, o mais infame e odiado tipo de jogador" e "graças a Deus, abriram servidores brasileiros, assim eles entram menos por aqui [nos servidores internacionais]".
O problema, é claro, não é exclusivo do Brasil. Mas nenhum outro país tem uma identidade negativa tão forte. Alguns brasileiros, na tentativa de fugir do estereótipo, mudam a nacionalidade de seus perfis no jogo, a fim de não serem rechaçados.
"Podemos afirmar que esse não é um problema que tem origem no game. O jogador é, no mundo on-line, reflexo de como vive no mundo real", diz Julio Vieitez, diretor-geral da Level Up! (de games como "Grand Chase" e "Ragnarok") no Brasil.
GANGUE DOS 'HUE'
"Jogadores brasileiros em games on-line são uma gangue, e não um grupo", disse Isac Cobb, desenvolvedor independente, durante a feira de jogos PAX East 2013, em Boston, nos EUA.
Cobb chegou a cogitar o bloqueio dos brasileiros em um novo jogo, mas disse que ainda não há nada decidido.
Entre as reclamações, estão a realização de assaltos, mendicância, ataques a membros do próprio time e outras atrocidades virtuais.
"Curtimos tocar o terror", admite Caio Simon, 19, jogador de "DayZ". "É só um jogo, estamos nos divertindo. Não é para levar tão a sério."
Esse tipo de jogador é, às vezes, chamado de "hue", por causa da típica representação de risada, normalmen





Referência:
SOUSA, Jessé. A construção da subcidadania: para uma sociologia políitca da modernidade periférica. Belo Horizonte:IUPERJ, 2003.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Da lama ao caos: o início de um Estado de anomia social!

Saludos Caríssimos internautas!

Minhas escusas pela ausência, mas os ossos do ofício estão cada dia mais pesados...

Impressionante, pensei que ninguém iria sentir a ausência... Ledo engano, muitas pessoas estão me cobrando novas postagens, especialmente nossos alunos,  aos quais eu dedico esta matéria bombástica, mas que parece já entrar para a pauta da normalidade.

Não estou querendo ser sarcástico, mas, às vezes, parece que se você não for irônico as pessoas não dão a mínima para o que dizes, em especial nossos gestores! (Acho que estou lendo muito Luiz Eduardo Soares, em especial seu último livro: Justiça: pensando alto sobre violência, crime e castigo, do qual já fiz alguns comentários here, em que me ancorarei para complexizar alguns pensamentos - para alguns: principalmente gestores, coisas da conjuntura globalizante, portanto, inevitáveis - o crescimento desenfreado da violência! (Em especial o primeiro capítulo: O sentido de uma história depende do ponto a partir do qual começamos a contá-la!).

Então, faço-lhe a seguinte provocação: hoje talvez você não esteja se preocupando, mas se acontecer com um dos seus, ou melhor, com um dos nossos, aí sim entraríamos em pânico e cairíamos na realidade. Vamos aos fatos, que afinal de contas, contra eles não há argumentos, mesmos que rotineiramente tenhamos ouvido nossos digníssimos gestores e/ou seus representantes, dizendo: "estamos providenciando", ou estão: "já foi criada uma comissão que está analisando a situação", ou ainda: " todas as medidas já estão sendo tomadas". Caríssimos, acho que a recíproca é verdadeira, quando todos pensamos em: literalmente darmos um chute na TV,  ou no PC, pois acho que eles (gestores e ou representantes), ou são muito incompetentes, ou simplesmente acham, ou melhor, têm certeza que o cidadão é idiota - o pior (seria trágico-cômico) é que alguma, ou uma boa parte das vezes, na condição apático de cidadão nos colocamos nessa situação. Não se sintam constrangido, mas às vezes é preciso provocar!

Vejam a matéria abaixo e tirem suas próprias conclusões: precarização da família, educação em xeque: Estado finge que dar condições dignas de trabalho, professores fingem que ensinam, estudantes fingem que aprendem. Pronto! A la Renato Russo: temos uma mistura perfeita para ausência de regras e marginalização de crianças e adolescentes, os quais poucos chegam a idade adulta em face dessa violência desenfreada, inicialmente estrutural, mas por conseguinte se torna da delinquência (MINAYO, 1994).

Por gentileza não me achem chato, mas leiam, ao menos, os dados estatísticos e reflitam! Temos ou não participação nesse estado de coisas!!!????? É preciso acontecer conosco para sentirmos na pele///!!!



Seis meses: 270 adolescentes mortos

Publicação: 16 de Agosto de 2013 às 00:00
Ricardo Araújo - repórter

De tristes lembranças e lamentações, vivem as famílias dos 270 adolescentes mortos em Natal nos primeiros seis meses deste ano. Entre 2010 e 2013, a prática de crimes contra adolescentes cresceu 300%, segundo levantamento do Poder Judiciário potiguar. O percentual de adolescentes mortos nos primeiros seis meses deste ano chegou a 83,59% do total de óbitos registrados na faixa etária de 14 a 21 anos ao longo de 2012. Em paralelo, o cometimento de atos infracionais por aqueles que, sequer saíram da puberdade, aumentou significativamente e migrou para crimes cada vez mais violentos. Os pequenos furtos de pacotes de biscoitos, revistas de campeonato de futebol cometidos no passado, evoluíram para assaltos à mão armada, homicídios, latrocínios e estupros, nos dias de hoje.
Vlademir AlexandreNas ruas, crianças e adolescentes ficam vulneráveis, se envolvem cada vez mais com as drogas e terminam entrando para a triste estatística da criminalidadeNas ruas, crianças e adolescentes ficam vulneráveis, se envolvem cada vez mais com as drogas e terminam entrando para a triste estatística da criminalidade

A inaplicabilidade de políticas públicas de Assistência Social, somadas ao desmantelamento da infraestrutura básica de Saúde, Educação e Segurança Públicas, geram impunidade e o descrédito do Poder Judiciário que, por falta de vagas nas unidades socioeducativas, põe em liberdade os adolescentes infratores. “A tendência é piorar. Eu não vejo perspectiva de mudanças nos próximos seis meses. Até o final do ano, iremos ao fundo do poço”, avalia o juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Natal, José Dantas de Paiva. A principal causa do envolvimento dos adolescentes com práticas infracionais complexas, é o fácil acesso à drogas como o crack, que causam rápida dependência e necessidade constante de consumo.

 Além disso, as brigas entre gangues de torcidas organizadas tem contribuído para o aumento das estatísticas das mortes entre os adolescentes e não somente entre os rapazes. Recentemente, uma menina esfaqueou uma rival, que acabou morrendo dias depois. Tudo por causa de times de futebol. O Poder Judiciário registrou, também, um aumento nos casos de violência doméstica contra pessoas com idades entre 14 e 21 anos, os quais incluem estupro e espancamento, primordialmente. “Estamos numa guerra civil”, lamentou o juiz José Dantas de Paiva. E são justamente os adolescentes, os anti-heróis das guerras contemporâneas. Utilizando-se do álibi da maioridade incompleta, assumem crimes que são, em muitos casos, são praticados por maiores de 18 anos. “Os adolescentes hoje não estão sendo responsabilizados. Ele sabe que, se cometer um ato infracional, não terá para onde ir”, asseverou o magistrado José Dantas de Paiva.

 Como consequência, a sociedade lamenta a sensação de impunidade, pois a realidade mostra que a reincidência na prática de atos infracionais é comum entre os adolescentes egressos das instituições socioeducativas. Isto porque, não há vagas nas unidades dos Centro Educacionais (Ceducs) nem nos Centros Integrados de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciad). E quando elas estão disponíveis, a ressocialização não ocorre da forma que está disposta nos manuais. “Sem vagas, os juízes são obrigados a colocar os adolescentes infratores em liberdade”, destacou o magistrado. De volta às ruas, a realidade volta a ser a de antes: prática de atos infracionais – apreensão - encaminhamento para o sistema socioeducativo - falta de vagas - liberdade.

 Questionado sobre o perfil dos adolescentes mortos e dos que cometem atos infracionais em Natal atualmente, o juiz José Dantas de Paiva disse que, geralmente, são filhos de pais humildes, mas nem todos com histórico criminal. A maioria dos adolescentes infratores não frequentaram escola, não são portadores de registro de nascimento e utilizam a droga como rota de fuga. Somente na 1ª Vara da Infância e da Juventude de Natal, 1.060 processos estão em tramitação.

  

Para aprofundamento:

MINAYO, M. C. S. Social Violence from a Public Health Perspective. Cad. Saúde Públ., Rio de
Janeiro, 10 (supplement 1): 07-18, 1994. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/%0D/csp/v10s1/v10supl1a02.pdf. Acesso em: 14/ Ago/ 2013.

SOARES. Luiz Eduardo. Justça: pensando alto sobre violência, crime e castigo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.

Afinal de contas today is friday, que tal um pequeno vídeo para descontrair, mas com um pouquinho de reflexão! Of course!

A bientôt mes amis!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Novo grupo de extermínio atua no Rio Grande do Norte

Saludos internautas!

Infelizmente é com pesar que se relata e se analisa fatos dessa natureza em nosso estado. Segue abaixo reportagem completa acerca de um suposto grupo de extermínio que, segundo a Polícia Federal (PF) vinha atuando no RN. Vejamos a reportagem!



PF prende 17 pessoas suspeitas de integrar grupo de extermínio

Publicação: 07 de Agosto de 2013 às 00:00
Ricardo Araújo - repórter

Após um ano de investigações, a Polícia Federal deflagrou, na madrugada desta terça-feira, 6, a Operação Hecatombe. Durante a ação, 17 pessoas foram presas, das quais sete são policiais militares, comerciantes e desempregados. Entre os presos está um ex-soldado expulso da Polícia Militar. A identidade deles não foi divulgada pela instituição. A suposta quadrilha,que atuava no extermínio de ex-presidiários, traficantes e assaltantes teria cometido, ao longo de dois anos, 22 assassinatos, conforme investigações da PF. Dentre as próximas vítimas estariam uma delegada de Polícia Civil, um promotor de Justiça do Estado, além de um agente da Polícia Federal.
Cedida/DPFRNUm dos suspeitos foi detido na zona Norte de NatalUm dos suspeitos foi detido na zona Norte de Natal

As execuções por encomenda ou relacionadas ao tráfico de drogas, eram especialidades dos integrantes do grupo. Policiais militares também foram mortos pela quadrilha entre os anos de 2011 e 2013. De forma “organizada, estruturada e profissional”, segundo o superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Norte, Kandy Takahashi, os integrantes dividiam tarefas e arquitetavam as execuções.

“O elevado índice de homicídios no Estado nos chamou atenção. A investigação da Polícia Federal foi para identificar a quadrilha, em decorrência da coincidência de nomes envolvidos nos crimes”, afirmou Takahashi. Ele classificou os integrantes da suposta quadrilha como “extremamente profissionais, não se preocupando com deixar rastros dos crimes e atuavam com sangue frio”. Além disso, o grupo era “auto-sustentável”. Isto porque a encomenda de morte variava entre R$ 500 e R$ 50 mil, de acordo com a “importância” da vítima.

O delegado da Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, disse que o grupo preso é extremamente perigoso. “Havia a participação de policiais militares, o que dava uma capacitação aos integrantes da quadrilha”, destacou. O desapego à vida e a banalização da violência identificadas no suposto grupo de extermínio chamaram a atenção do delegado. “Eles matavam por dinheiro e até mesmo de graça, só para testar uma pistola nova”, asseverou Alexandre Ramagem.

Além dos crimes cometidos e da lista de próximas vítimas, a quadrilha estudava a possibilidade de resgatar um soldado da Polícia Militar que foi preso em março deste ano e conduzido ao Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, em Alcaçuz. Para isto, eles chegaram a confeccionar fardamentos e coletes com os distintivos da Polícia Federal. Nenhum dos itens apreendidos durante a operação foi exposto durante a coletiva de imprensa realizada na sede da PF na manhã de ontem. Todas as decisões relacionadas à divulgação de informações da Hecatombe foram tomadas pela assessoria de imprensa da instituição em Brasília, que optou por não divulgar os nomes das pessoas presas.

O titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, destacou que as investigações que levaram à operação começaram na Divisão de Inteligência da Secretaria, que compartilhou informações com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual. A participação da Polícia Federal foi requisitada em decorrência da falta de equipamentos e agentes  suficientes no Estado para atuar na investigação do caso, que pode envolver mais homicídios dos que até agora identificados. Além disso, novas prisões poderão ocorrer, visto que, as investigações não se encerraram e correm sob segredo de Justiça.

- Operacionalização

As ações da suposta quadrilha de extermínio ocorriam a partir de coordenadas traçadas por um soldado aposentado da Polícia Militar. Mesmo detido no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, considerado de segurança máxima no Complexo Penitenciário de Alcaçuz, o investigado mantinha contato com os demais integrantes através de ligações telefônicas e em visitas sociais.

- Como agiam

Dois ou mais integrantes da suposta quadrilha seriam os mentores dos crimes. Eles escolhiam as vítimas e as indicavam aos demais membros.

- Divisão de tarefas

Outros três ou mais suspeitos atuavam no levantamento das informações das vítimas, como horário de saída e retorno do trabalho, identificação de endereços, estudo do cotidiano e análise do local ideal para o assassinato.

- Tática

Após análise do levantamento inicial feito pelo grupo, os líderes idealizavam a melhor tática para atuar, culminando com a execução da vítima. Os crimes ocorriam a qualquer hora do dia e, na maioria, dos casos, não deixavam pistas. Testemunhas oculares foram mortas em alguns casos.

- Cobertura

Enquanto três ou quatro suspeitos de integrar a quadrilha efetuavam a ação, outros aguardavam em áreas próximas ao local do crime. Eles davam cobertura para a fuga e avaliavam o comportamento da vizinhança, quando os crimes eram cometidos em áreas públicas.

- O pagamento
A suposta quadrilha cometia crimes de pistolagem gratuita ou através de encomendas que custavam entre R$ 500 e R$ 50 mil.

- Perfil das vítimas

De acordo com a Polícia Federal, o perfil das vítimas é o mais diverso e as execuções ocorriam por motivos que variavam desde rixas pessoais, passando por dívidas com tráfico de drogas e até mesmo para testar uma nova pistola adquirida pelo bando.

- Mortes

Conforme levantamento da Polícia Federal, em dois anos, ocorreram 22 homicídios, além de cinco tentativas de assassinato.

- Lista

A PF identificou que um delegado de Polícia Civil, um promotor de Justiça do Rio Grande do Norte e um agente federal, cedido à instituição no Estado potiguar, estariam na lista de possíveis vítimas do suposto grupo de extermínio.

Veja também logo abaixo a entrevista com delegado da PF responsável pela operação







Voltaremos a analisar esses fatos!

Fonte:
http://tribunadonorte.com.br/noticia/pf-prende-17-pessoas-suspeitas-de-integrar-grupo-de-exterminio/257746


A bientôt mes amis!