quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Densidade demográfica um intensificador da violência e da criminalidade?!

Saudações natalinas, ou para os mais cosmopolitas, Merry Christmas!


Conforme alguns estudiosos em demografia, sociólogos e antropólogos urbanos, a densidade demográfica pode funcionar como fator catalisador de violência e criminalidade. Aglomerados populacionais sem a égide do Estado estão propensos a marginalizar seus integrantes, especialmente pela falta de oportunidades a que estão submetidos os que nesses espaços habitam.


Em postagens anteriores lançamos mão de alguns autores que teorizam acerca da marginalização que uma parcela significativa da nossa população foi submetida quando da "libertação do escravos", nos idos de 1889.
Nessa perspectiva, assevera Souza (2003) que os negros foram liberados dos seus grilhões, após a assinatura da Lei Aurea, porém as amarras sociais perduram até hoje, e que a maioria dessa população vive em comunidades carentes, denominadas de favelas, que nada mais são do que uma reprodução ampliada das senzalas antepassadas.


Atualmente, com o desenvolvimento de um certo nível de conscientização, mesmo que escalas bem pequena, algumas Organizações Sociais têm tentado mudar esse estado de coisas. A CUFA (http://www.cufa.org.br/) é uma dessas ONGs que desempenha papel significativo na luta político-social para emancipação não apenas da população afro-descendente, mas de toda essa camada socialmente marginalizada que sobrevive nas favelas brasileiras, mundialmente conhecidas slums.


Alguns autores defendem que favelas não são guetos, pois apesar de apresentarem as mesmas características daqueles, não funcionam com locus segregador, apesar da grande dificuldade que têm seus integrantes de transitarem socialmente entre áreas sociais distintas (WACQUANT, 1997).

Certamente, o que não há controvérsias nessas teorias é que espaços dessa natureza, principalmente em países onde o Estado é ausente, o estado paralelo se instala cooptando crianças, jovens, mulheres e adultos para o mundo da marginalização, como temos veiculado nesse canal de discussão.

Logo abaixo segue um matéria da revista Carta Capital, que detalha estudos do IBGE asseverando que essas comunidades carentes, na verdade são cidades imensas em tamanho e em problemas sociais, pois muitas delas chegam a ter mais de 50 mil habitantes. Vale apena conferir!


Rocinha é a maior favela do Brasil
Thais Leitão*

Rio de Janeiro – Na comunidade da Rocinha, em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, viviam 69.161 pessoas em 2010, o que garantiu ao local o posto de maior favela do país. Os moradores ocupam 23.352 domicílios, que têm em média três habitantes cada.

Rocinha, a maior favela do País. Foto: Fábio Motta/AE

Segundo dados do levantamento Aglomerados Subnormais – Primeiros Resultados, divulgado na quarta-feira 21 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na lista das favelas mais populosas do Brasil, aparecem, em seguida, o Condomínio Sol Nascente, em Ceilândia, cidade do Distrito Federal, com 56.483 moradores; e Rio das Pedras, na capital fluminense, com 54.793.

Para ver a matéria completa siga o link abaixo:

Como é habitual segue-se um vídeo do Rappa, que retrata a realidade de muitas favelas brasileiras!



Para um maior aprofundamento na temática veja:
SOUZA, Jessé. 2003. A construção social da subcidadania: para uma Sociologia Política da modernidade periférica. Belo Horizonte: UFMG.
SOUSA, Vanessa Aparecida de. Desigualdade social e subcidadania no Brasil. Disponível em 
WACQUANT, L. 1997. A “underclass” urbana no imaginário social e científico norte-americano.  Estudos Afro-asiáticos, Rio de Janeiro, n. 31, p. 37-50, out

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