segunda-feira, 4 de junho de 2012

Uma pequena análise sobre segurança pública (Parte I)

A quanto andam as atuais políticas de segurança pública no Brasil?

Logo abaixo a opinião de um dos mentores intelectuais e também tecnocratas, que idealizaram, puseram em prática, dentro do que era possível executar, a partir da conjuntura brasileira, e agora após algum tempo de maturação, e já fora da equipe governamental , o autor de Meu casaco de general faz suas primeiras análises.

Vale apena conferir e tirar nossas próprias conclusões!


Entrevista LUIZ EDUARDO SOARES
“UNIVERSALIZAR A UPP É IMPOSSÍVEL SEM UMA REFUNDAÇÃO DAS POLÍCIAS”
O antropólogo, escritor e ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro analisa o programa de ocupação das favelas
Por Eduardo Sá
A implementação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas cariocas completou três anos em dezembro de 2011. É o que mais tem se propagado pelo governo Sérgio Cabral, e sustentado seu poder. A agenda do Rio de Janeiro sempre é pautada pelo tema, cuja crítica ao modelo de segurança pública se tornou um tabu naturalizado pela opinião pública. Mesmo reconhecendo os avanços, Luiz Eduardo Soares, ex-secretário de Segurança Pública no governo Lula, sustenta que é inviável a continuidade do projeto no longo prazo devido à própria natureza da instituição da Polícia Militar (PM). Segundo ele, que também escreveu o livro Tropa de Elite, é preciso realizar uma refundação das polícias para, inclusive, combater as milícias que têm progredido no estado. Soares também aponta o alto índice de encarceramento no Brasil e a prática de sistemáticas violações nas regiões não atendidas pelo programa como um problema crônico no Brasil.
Caros Amigos - Qual o balanço que você faz das UPPs após três anos da implementação do projeto?
Luiz Eduardo Soares – As UPPs são um programa extremamente importante, e não chega a ser, entretanto, uma política de segurança pública. Para transformar-se teria de realizar duas qualidades que ainda estão distantes: a universalização e sustentabilidade. Seria necessário institucionalizar o projeto. Mas não é possível conferir a responsabilidade às instituições da PM pelo grau de degradação de envolvimento com corrupção, com práticas criminosas, brutalidade, cuja expressão extrema talvez seja as milícias, além das execuções extrajudiciais. A PM carioca é uma das mais violentas do mundo. Os números de execuções extrajudiciais e de autos de resistências são recordistas. Evidente que seria impróprio, inadequado, inviável, conceder o poder de implementação de um projeto desse tipo a uma instituição ingovernável, sem controle externo e tomada por segmentos criminosos e violentos. Muitos dos trabalhadores policiais merecem todo o nosso respeito e até admiração, pois arriscam suas vidas por salários indignos, aviltantes, e trabalham em condições que são muitas vezes desumanas. Mas é preciso reconhecer que há segmentos muito numerosos envolvidos profundamente com as práticas criminosas de todos os tipos. Universalizar a UPP pelo meio natural é impossível nas condições atuais sem uma refundação das polícias. Por outro lado, a sustentabilidade também dependeria do envolvimento da instituição responsável pela segurança pública no Estado. E pela mesma dificuldade isso seria impossível.
O artigo completo você lê na edição 182 de Caros Amigos, nas bancas e loja virtual
Fonte: http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/component/content/article/168-edicao-182/2912-luiz-eduardo-soares-universalizar-a-upp-e-impossivel-sem-refundar-as-policias

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