segunda-feira, 23 de julho de 2012

Estatística sobre confronto entre PMs e civis


Saudações Caríssimos (as)!

Depois de uma pequena pausa estamos de volta com muitas postagens e estudos sobre segurança pública, educação, cultura e  muito mais...

Segue logo abaixo uma reportagem da Folha de São Paulo acerca de confrontos envolvendo PMs e civis.

Cai o número de mortes em confrontos com a polícia no Rio



POR MARCO ANTÔNIO MARTINS

O número de mortes causadas em confronto entre civis e policiais registrou uma queda em junho no Rio. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto de Segurança Pública, responsável por medir as estatísticas de violência em todo o Estado.

No mês passado foram registrados 20 casos, contra 62 de junho de 2011. O auto de resistência integra um indicador da Secretaria de Segurança Pública chamado de letalidade violenta. Nele se concentram, além dos autos de resistência, os homicídios, os roubos e lesões corporais seguidos de morte.
Numa comparação entre junho de 2012 e junho de 2011, sete dos 11 crimes apontados como principais na análise da Secretaria de Segurança Pública registraram uma queda.
Apenas quatro tiveram um aumento: roubo a residências (alta de 21,6%), roubo de carga (aumento de 25,7%), estelionato (aumento de 12,2%) e extorsão (cresceu 2,7%).



Polícia Militar de São Paulo mata mais que a polícia dos EUA

DE SÃO PAULO



Em cinco anos, a PM do Estado de São Paulo matou quase nove vezes mais do que a polícia norte-americana.
Dados obtidos pela Folha mostram que, de 2006 a 2010, 2.262 pessoas foram mortas após supostos confrontos com PMs paulistas. Nos EUA, no mesmo período, conforme dados do FBI, foram 1.963 "homicídios justificados", o equivalente às resistências seguidas de morte registradas em São Paulo.
Analisando as taxas de mortos por 100 mil habitantes, índice que geralmente é usado para aferir a criminalidade e comparar crimes em regiões diferentes, constata-se que no Estado de São Paulo, com população de 41 milhões de habitantes, a taxa é de 5,51. Já nos EUA, onde há 313 milhões, a taxa é de 0,63.
Os números mostram que mesmo adotando técnicas de redução de letalidade, a PM paulista ainda mata muito.
O método Giraldi, que orienta o PM a atirar duas vezes e parar, tem sido deixado de lado. Especialmente desde a segunda quinzena de junho, quando a tropa entrou em alerta, após a morte de oito policiais militares.
Segundo familiares de PMs ouvidos pela Folha, os assassinatos dos colegas geraram um "grande clima de tensão".
Para o defensor dos três policiais presos acusados de matar o empresário Ricardo Prudente de Aquino, 39, na última quarta, o homicídio foi uma fatalidade, e a causa, o "clima constante de confronto nas ruas".
O empresário foi morto após fugir de um cerco policial. Os PMs dizem ter confundido o celular da vítima com uma arma.
"Meus clientes policiais se queixam demais, especialmente nesses últimos dois meses, quando muitos deles foram alvo de ataques", diz o advogado Fernando Capano. "Eles temem sair para trabalhar e não voltar mais."
Um policial, amigo de um dos oito mortos, concorda. "Os PMs do 23º batalhão [onde os três presos trabalham] mataram esse rapaz no susto. Hoje, em qualquer reação de alguém, o pensamento do policial é 'antes ele do que eu'", disse à Folha um policial, que pediu anonimato.
TROPA CONTROLADA
O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, disse anteontem não faltar treinamento aos PMs e que o comando da corporação controla a tropa. "Controle absoluto", garantiu ele.
"O comando está plenamente tranquilo de que tem o comando nas mãos. Não há nenhuma precipitação ou hipersensibilidade por parte dos policiais que trabalham na rua", disse.
Procurada, a PM não se pronunciou sobre a comparação da letalidade policial em São Paulo com a dos EUA.
O comandante-geral interino da PM, coronel Hudson Camilli, afirma que a ação que resultou na morte do empresário foi "tecnicamente correta" porque houve a perseguição de um suspeito que desobedeceu à ordem de parada. Segundo ele, a credibilidade da PM não está abalada e não houve crescimento da letalidade. Disse ainda que o número de mortos em confronto com a PM está dentro da normalidade.(ANDRÉ CARAMANTE,GIBA BERGAMIM JR. E AFONSO BENITES)


Para analisar essa temática recomendo o livro "Quem vigia os vigias?" que trata acerca dos órgãos internos e externo que apuram crimes e desvios de conduta praticadas por policiais estaduais.

Referência:
LEMGRUBE, Julita. Quem vigiar os vigias: um estudo sobre o controle externo da polícia no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2003.

Um comentário:

  1. Nas ultimas décadas a mídia vem dando ênfase ao aumento da violência no Brasil, com a divulgação de dados que tem contribuído para a visibilidade em torno do problema. Mostrando às dificuldades encontradas cotidianamente no combate a violência, bem como as cobranças de aperfeiçoamento e funcionamento das políticas de segurança pública.
    Entretanto sabemos que os números disponíveis nos registros das delegacias muitas vezes são negligenciados pelos gestores, por se tratar das camadas mais carentes que se encontra em estado de vulnerabilidade social, nessas condições deparamos com milhares de pessoas “invisíveis” nas grandes cidades. Autores como Durkheim critica o “achismo” que interpreta a realidade social de maneira vulgar e sem critérios. Numa concepção de conflitos onde essas pessoas permanecem excluídas por falta de oportunidades no momento que são negligenciadas e oprimidas pelo Estado uma vez em que essas pessoas representam ameaça constante para a sociedade.
    Assim sendo se os gestores colocam-se em pratica os projetos e ações existentes que visam o combate à “violência” que vem desafiando a harmonia da sociedade e ameaçando o estado democrático de direitos frente aos problemas relacionados com a droga, e a violência no trânsito que vem construindo na intensificação do aumento na taxa da criminalidade que crescer proporcionalmente a sensação de insegurança.
    No entanto sabemos que esse quadro pode ser mudado: com educação e saúde de qualidade para todos e o melhoramento das condições de trabalho dos policiais, fazendo treinamento com frequentes e disponibilizando material essencial para o cotidiano. Com essas medidas colocadas em pratica, torna-se possível o comprimento das garantias contidas da Constituição Federal de 1988.

    Lucinete Lopes de Araújo

    ResponderExcluir