sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Retomando o assunto das drogas no Brasil!!!

Ao mesmo tempo que os saúdo, meu Caríssimos (as), pedimos nossas escusas pela ausência de mais de quatro dias sem nenhuma postagens, visto que nosso intuito é pelo menos três papers semanais, mas que infelizmente os ossos do ofício policial militar, muitas vezes nos impede de maiores vôos na seara particular....Mas deixemos de desculpas e voltemos ao ponto!!!

Como o próprio título chama a atenção, certamente, em virtude da polêmica da temática, esta será recorrente nas discussões.
Desta feita, o que traremos à baila (balha, como desejarem) são algumas considerações acerca da canabis sativa, popularmente conhecida como maconha.

Esclarecemos que não há qualquer objetivo de fazer ou deixa de fazer apologia a citada substância, mas tão somente tentar esclarecer alguns tabus que cercam, por ignorância e preconceito sobre a mesma.

Ao mesmo tempo que, em outra vertente, enfatiza-se que drogas como o tabaco e o álcool  (legais) são tão nocivas, físico-psico e socialmente que àquela e, ainda o mercado lucrativo e violento da droga ilegal.

Conforme matéria da revista Superinteressante, famosa por seu caráter de investigação científica,

"No Brasil, a planta chegou cedo, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome “maconha” vem do idioma quimbundo, de Angola. Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo). Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé (teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião). Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que “os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia.” Note que, naquela primeira lei proibicionista, a pena para o uso era mais rigorosa que a do traficante. Há uma razão para isso. Ao contrário do que acontece hoje, o vendedor vinha da classe média branca e o usuário era quase sempre negro e escravo".

O que a proibição do álcool tem haver com a popularização da maconha!



Ainda conforme a SUPER " Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana – reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente – e não só dos mexicanos. “A proibição do álcool foi o estopim para o ‘boom’ da maconha”, afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion (A busca do esquecimento, ainda sem versão para o Brasil). “Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar”, escreveu.
Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo (muitos mexicanos talvez tivessem mais parceiros que um americano puritano médio, mas isso não tem nada a ver com a maconha) e ao crime (com a crise, a criminalidade aumentou entre os mexicanos pobres, mas a maconha é inocente disso). Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar.
Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria".

O que se intenta esclarecer, ou pelo menos, tornar mais visível à população, em geral, é que esse é um mercado lucrativo, mas que muitos, principalmente, àqueles oriundos da população menos abastarda, são os únicos marginalizados quando "trabalham" vendendo ou possibilitando tal comércio e, em segunda instância, quando são mortos ou  matam, para fazer funcionar essa "indústria que enriquece outros setores da sociedade!!!!

Nas próximas postagens traremos um pouco sobre o que a Ciência já descobriu sobre a canabis sativa.

A matéria completa pode ser acessada neste link:  http://super.abril.com.br/ciencia/verdade-maconha-443276.shtml

Dicas de documentários (livro e vídeo):
Falcão menos do tráfico; e
Mulheres do tráfico.

Autores: MVBill et al.



Para saber mais

Na livraria
O Grande Livro da Cannabis, Rowan Robinson, Jorge Zahar, 1999
A Maconha, Fernando Gabeira, Publifolha, 2000
Science of Marijuana, Leslie L. Iversen, Oxford, Ingleterra, 2000
The Pursuit of Oblivion: A Global History of Narcotics 1500-200, Richard Davenport-Hines, Weidenfeld & Nicolson, Ingleterra, 2001
Diamba Sarabamba, Anthony Henman e Osvaldo Pessoa Jr. (organizações), Ground, 1986

Plantas de los Dioses, Richard Evans Schultes e Albert Hofmann, Fondo de Cultura Económica, México, 1982
The Emperor Wears no Clothes, Jack Herer, Green Planet Company, Inglaterra, 1994
Green Gold the Tree of Life, Chris Bennett, Lynn e Osbum, Judy Osbum, Access, EUA, 1995
Amores e Sonhos da Flora, Henrrique Carneiro, Xamã, 2002

6 comentários:

  1. A partir da leitura feita, pode-se compreender um pouco mais a história da maconha, e paralelo ao seu surgimento, os tabus, o preconceito, e principalmente, o quão este segmento poder-se-ia ser um mercado lucrativo para os interesses dos 'poderosos'. Entretanto, não podemos deixar de considerar os efeitos e consequências causados não somente pela canabis sativa, como também pelo tabaco e pelo álcool; ambos a meu ver, caracterizados enquanto porta de entrada para o contato com outros tipos de drogas, cujos efeitos podem ser ainda mais devastadores, uma vez que um usuário de drogas (aqui me refiro a um dependente químico) faz adoecer não apenas a sua família, mas também a sociedade como um todo.
    O Estado por sua vez, se beneficia (in)diretamente com o mercado de vendas de bebidas, cigarros e porque não da comercialização de outros tipos de drogas concebidas ilicitamente, através de impostos e da criação de novas formas de "trabalho".
    Ademais, penso que se a população, em sua maioria os jovens, conseguiram se organizar em todo o país e realizar várias marchas a favor da liberação da maconha, porque não se organizar concomitantemente para exigir dos governantes, a efetivação/implementação de políticas públicas voltadas aos interesses da grande massa, como: saúde pública de qualidade, mais e melhores investimentos na educação e segurança pública, bem como investir em outros setores como habitação, lazer, emprego, entre outros relevantes ao desenvolvimento do cidadão e melhores formas de sociabilidade.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Observa-se a partir da leitura do texto, que a problemática das drogas é muito mais antiga do que conhecemos. A discussão que envolve a liberação ou não da “canabis sativa” mais conhecida como maconha, traz em seu conteúdo a também discussão, das drogas licitas, que causam os mesmos danos ou talvez piores, por ser drogas que destroem o ser humano em um processo mais lento, como também é a porta de entrada das demais drogas ilícitas. No entanto, são liberadas, porque pagam altos impostos ao governo. Impostos esses que o seu valor, não se compara ao que é gasto para a recuperação dos usuários da saúde que foram acometidos por essa doença, a “droga”. Se o governo investisse de forma correta na aplicação dos impostos que o álcool e o tabaco paga para seus cofres, talvez seria mais rigorosa a aplicabilidade das fiscalizações que o mesmo governo daria para as empresas.
    Para muitos a liberação da maconha seria a solução do problema, mas acredito que aumentaria ainda mais essa problemática. Já é difícil o controle enquanto ilícita. Com certeza se fosse liberada fugiria ao controle total do governo, assim como acontece com as drogas licitas.

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  4. Olá professor,sou Josanilda da pós graduação da facex

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  5. Bonjour, ma chèrie Maria Pereira!!!

    Obrigado por visitar nosso Blog!!

    Concordo com você em parte (mas, aceito e respeito seu posto de vista), pois acredito que as drogas lícitas são tão donosas quanto as ilícitas. Noutra perspectiva, não acredito que o álcool ou o tabaco, possam determinantes para o uso de outras substâncias. É possível que uma política de descriminalização da maconha possa diminuir a violência e a criminalidade que o seu processo de cultivo e tráfico provocam. (É possível. Mas, é uma decisão que, toda sociedade deve participar. Tanto na formalização dessa legalidade, bem como do processo de acompanhamento e controle e fiscalização).

    Je vous embrasse!!!

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  6. Olá minha Cara Lissana!!

    Muito interessante seu comentário. O que se percebe é que quando as pessoas estão motivadas a se mobilizar, certamente, elas conseguem atingir os seus objetivos. Se não no todo, mas em parte, algo é conseguido.
    Então porque não canalizarmos essa força de mobilização social, no sentido de melhorias dos serviços públicos, os quais diga-se de passagem, são de péssima qualidade.
    Penso que a temática das descriminalização é de fundamental importância para toda sociedade brasileira.

    Um forte abraço!!

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