segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Analisando a greve nas forças policiais

Há praticamente uma semana eclodiu o movimento paredista na PM baiana, deixando a população daquele estado à mercê da violência e da criminalidade, mesmo que medidas protetivas tenham sido tomadas pelo governo, no sentido de solicitar tropas federais, bem como apoio da Força Nacional, para mediadas emergenciais.

A GREVE
A greve dos PMs da Bahia começou na semana passada. Eles reivindicam aumento salarial e a incorporação de gratificações aos salários.
O governador Jaques Wagner (PT) disse à Folha que não pagará nada acima do reajuste já concedido ao funcionalismo do Estado.
A Assembleia Legislativa foi invadida pelos grevistas e está cercada por homens do Exército desde a madrugada. A luz foi cortada no local.
Na manhã de hoje, diversos focos de tumulto ocorreram no local. Um deles começou quando alguns familiares e PMs que estão do lado de fora da Assembleia tentaram invadiro prédio. Eles foram contidos por homens do Exército, que usaram balas de borracha e bombas de efeito moral.
Em seguida, houve um novo princípio de tumulto, quando homens da Força Nacional imobilizaram um soldado da PM sob suspeita dele estar portando arma. Outros policiais reagiram e houve disparo de balas de borracha e gás pimenta para a dispersão do grupo. Após a revista, foi constatado que o PM não estava armado.
Com a greve, foram registrados arrastões e o número de assassinatos chegou a 93 na região metropolitana de Salvador desde quarta-feira (1º).


ALGUNS PREJUÍZOS 

A estimativa é baseada em desistências de turistas que tinham reservado pacotes de viagem (que incluem passagem aérea e hospedagem) em agências, mas ainda não tinham pago, e de pessoas que haviam mostrado interesse em ir a Salvador e desistiram.
Segundo o presidente da Abav, Pedro Galvão, em anos anteriores o índice de cancelamentos foi zero e houve fila de espera pelos pacotes. "Se a greve permanecer, o prejuízo será muito grande."
A Abav e a Abih (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira) na Bahia dizem que reservas já pagas não foram canceladas.
Mas uma enquete feita pelo Shrbs (sindicato de hotéis, restaurantes e bares) com 27 hotéis mostra que, em 8 deles, houve cancelamentos de reservas ou queda na ocupação devido à greve. O sindicato, no entanto, afirma que foram poucos casos e que a ocupação da rede hoteleira segue entre 70% e 100%.
Bares e restaurantes, segundo o Shrbs, foram mais afetados que os hotéis, com prejuízo variando entre 60% a 100% do faturamento previsto para o período.
O comércio também sofreu: o sindicato dos lojistas diz que o prejuízo com vendas não efetuadas em 45 mil estabelecimentos de todo o Estado foi de R$ 200 milhões de terça-feira (início da greve) até anteontem.
Além disso, houve prejuízos materiais com furtos e danos causados a lojas. "Muitas lojas fecharam, e nas que estão abertas não há cliente para consumir", diz o presidente do Sindilojas, Paulo Motta.


Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1044899-greve-na-ba-faz-10-dos-turistas-cancelarem-viagem-diz-associacao.shtml


Comentários:

Sempre que as Polícias Militares e/ou os Bombeiros Militares mobilizam-se em busca de melhorias salariais volta à cena a discussão acerca dos ordenamentos jurídicos que regem as instituições militares, e por outro lado, a necessidade das forças de segurança serem efetivamente militares.

Como já fora por vezes aqui debatido, a ostensividade que é uma característica das PMs brasileiras necessariamente precisa ser militarizada. Não está se defendendo que essas categorias sejam liberadas de todas as formas de controle dos seus  ordenamentos, mas é forçoso esclarecer que enquanto não houver uma separação de segurança pública (militares estaduais), de segurança nacional (militares federais) é por deveras complexo haver negociação para melhoria de condições de trabalho, equipamentos e armamentos, sem que obrigatoriamente tais reivindicações se tornem "motins", como está tipificado no Código Penal Militar.

Outro aspecto significativo que foi empurrado para debaixo da gaveta é a discussão acerca da PEC 300, que grosso modo iguala os salários dos operadores de segurança de todos o país, dando condições mais dignas para que esses profissionais desempenhem suas funções. No entanto, os nossos representantes do Congresso insistem em não discuti-la de forma efetiva, com o intuito de aperfeiçoá-la e aprová-la nas duas Casas legislativas.

Logo abaixo segue um vídeo sobre o movimento:




Vídeos relacionados no Portal R7:
lhttp://noticias.r7.com/videos/assembleia-legislativa-da-bahia-e-cercada-por-homens-do-exercito/idmedia/4f2fb43392bb4497bd425f89.html


Para saber mais sobre a temática visite este site: http://jorgedasilva.com.br/

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