quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Greve na PM da Bahia

Às vésperas do Carnaval, a maior festa popular do país e, principalmente, na Bahia, os PMs entram em greve.

Sempre que alguma das Polícias Militares entra em greve no país retoma-se o debate acerca da legitimidade e, principalmente da legalidade de tal movimento paredista. Regidas por regulamentos disciplinares, as Forças Militares Estaduais de Segurança Pública não podem exercer esses direitos que são assegurados legalmente aos funcionários públicos civis. Mas à revelia da Norma, recorrentemente ouve-se falar através dos aparelhos midiáticos, que uma das PMs inciou um movimento grevista.

Pensando para além do direito positivado, é notório que esses profissionais da segurança pública percebem vencimentos aquém do que deveriam perceber e também aquém dos seus colegas civis, desdobrando-se em escalas de serviços altamente estressantes.

Tempos atrás a revista Veja publicou uma matéria acerca das profissões mais estressantes no país. Pasmem os senhores leitores, o mister policial, especialmente, o militar que lida com as ocorrências nas ruas só perdeu para a categoria dos controladores de voo.

Nesse sentido, mesmo não estando amparado na Norma, como direito, a legitimidade das PMs, nas maiorias da unidades federativas em buscar, não apenas melhores salários, mas também melhores condições de trabalho, equipamentos e armamentos adequados e escalas de serviços menos desgastantes são passíveis de  um melhor acompanhamento por parte dos gestores estaduais, dos juristas, que sempre emitem seus pareceres e, principalmente da sociedade, que é o maior cliente da Segurança Pública.

Portanto, o  policial, seja ele civil ou militar, necessita ser bem selecionado, formado, equipado e remunerado, para melhor servir a sociedade!

Segue abaixo uma matéria da Folha de São Paulo, desta terça (31) sobre o movimento reivindicatório da PMBA.


Policiais militares decretaram greve por tempo indeterminado na Bahia. A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira após assembleia de uma das nove associações que representam a categoria. O governo não reconhece o movimento.
A paralisação, por tempo indeterminado, ocorre a menos de duas semanas do Carnaval de Salvador, a principal festa popular da Bahia. O governador Jaques Wagner (PT) acompanha a presidente Dilma Rousseff em viagem a Cuba.
Segundo o sargento Fabio Britto, diretor da Associação dos Policiais e Bombeiros da Bahia, 10 mil pessoas apoiaram a greve na assembleia, que, segundo ele, só será encerrada quando o governo incorporar a gratificação por atividade policial aos salários.
"Queremos apenas que o governador Jaques Wagner cumpra a lei. A população sofre e a gente teme o que pode acontecer, mas o governo se recusa a negociar", disse Britto.
O Comando Geral da Polícia Militar diz que a associação que decretou a greve representa somente 600 policiais de um contingente de 32.000 servidores da corporação na ativa.
"É um pequeno segmento e a gente ainda não conseguiu visualizar essa greve. Só agora é que estão apresentando as propostas", disse o coronel Gilson Santiago, diretor de comunicação da PM.
A associação diz que tem 2.000 filiados, mas que o movimento ganhou adesões fora da entidade.


Logo abaixo seja um vídeo, aqui já postado, que merece bis, visto que é na Bahia e fala dos "soldados pretos e pobres, batendo na nunca de outros, também pretos e pobres, mas pobre são como podres".... Haiti (Caetano Veloso e Gilberto Gil)

Tirem suas próprias conclusões acerca de nosso papel na tessitura social!

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