domingo, 12 de fevereiro de 2012

O fim da greve na PMBA

Uma paralização de funcionários públicos, tanto é desgastante para a população que fica sem o serviço que deveria ser prestado pela instituição em greve, bem como na mesma perspectiva é desgastante para a instituição envolvida no movimento paredista.

Conforme alguns teóricos no assunto, vários são os motivos para que setores da sociedade percebam um movimento grevista de servidores públicos como ilegítimo.

Quando os serviços públicos são essenciais, como é o caso de saúde, educação e, principalmente a segurança, parcela significativa da população posiciona-se contrariamente. Estudiosos asseveram que em países onde não há uma consciência clara dos direitos e deveres de cidadão, esse posicionamento contrário é mais significativo. (ZAVARUCHA, 2007).

Outros fatores que corroboram tal posicionamento são posturas incongruentes de tais servidores (badernas, incitações, etc.), saques, aumento de furtos e roubos e, principalmente elevação dos números de homicídios.

Logo abaixo segue o desfecho do movimento da PM baiana, que ocorre em face de muita confusão, saques e um número alarmante de mais de 100 (cem) mortos em uma semana de greve.


Pressão popular colaborou para fim de greve na Bahia


Publicação: 12/02/2012 08:43 Atualização:

Os policiais militares da Bahia decidiram, em assembleia na noite de ontem, encerrar a paralisação, que já durava 12 dias. O policial militar baiano Ivan Leite, um dos líderes sindicais, admitiu que a pressão popular foi determinante para encerrar a paralisação.

"Estávamos sendo jogados contra a sociedade", ressaltou. Segundo ele, o fim da greve foi negociado com o governo. "Estive à tarde com o comandante-geral da PM (Alfredo Castro) e conseguimos a anistia administrativa para toda a tropa grevista. Isso foi crucial para o fim do movimento." Na sequência, Castro veio a público e negou qualquer acordo ou reunião. "Já tínhamos dado a anistia para quem não se envolveu em crimes até sexta-feira. E o ponto de quem faltou na sexta e hoje (ontem) será cortado."

Na prática, segundo o comandante, os sindicalistas aceitaram na íntegra a proposta salarial apresentada pelo Estado desde terça-feira. Eles terão 6,5% de aumento retroativo a janeiro (mesmo reajuste definido para todo o funcionalismo), além do pagamento da Gratificação por Atividade Policial do nível 4 (em novembro e abril de 2013) e do nível 5 (a ser paga em 2014 e 2015).

A proposta de obter anistia ou afrouxamento dos mandados de prisão dos líderes grevistas - cinco já cumpridos - saiu definitivamente da pauta. Oito sindicalistas ainda são considerados "foragidos".



Assinala-se que posicionamentos parciais de determinados seguimentos da sociedade podem contribuir de forma negativa para encaminhamentos mais serenos, justos e legítimos de tais mobilizações, possibilitando também uma pseudo-percepção de caos generalizado, por parte da sociedade, que mesmo a favor de tais trabalhadores, não têm a real compreensão de alguns fatores que permeiam a tessitura social, e que podem influenciar, mudando o rumo dos fatos.  

Para um maior aprofundamento veja: (In)segurança pública e ordem social. (Orgs.) Jorge Zaverucha; Armando Luís do nascimento; Adriano Oliveira. Recife: ed. UFPE, 2007.

Foi divulgado nesta noite, pela Rede Record de TV, no Programa Domingo Espetacular, que uma equipe da Rede Globo de televisão teria sido impedida de registrar o movimento por melhores salários da PMERJ, ocorrida neste domingo. Logo abaixo segue um vídeo do YOUTUBE, que registrara o acontecimento.


Nenhum comentário:

Postar um comentário