Conforme alguns teóricos no assunto, vários são os motivos para que setores da sociedade percebam um movimento grevista de servidores públicos como ilegítimo.
Quando os serviços públicos são essenciais, como é o caso de saúde, educação e, principalmente a segurança, parcela significativa da população posiciona-se contrariamente. Estudiosos asseveram que em países onde não há uma consciência clara dos direitos e deveres de cidadão, esse posicionamento contrário é mais significativo. (ZAVARUCHA, 2007).
Outros fatores que corroboram tal posicionamento são posturas incongruentes de tais servidores (badernas, incitações, etc.), saques, aumento de furtos e roubos e, principalmente elevação dos números de homicídios.
Logo abaixo segue o desfecho do movimento da PM baiana, que ocorre em face de muita confusão, saques e um número alarmante de mais de 100 (cem) mortos em uma semana de greve.
Pressão popular colaborou para fim de greve na Bahia
Publicação: 12/02/2012 08:43 Atualização:
Os policiais militares da Bahia decidiram, em assembleia na noite de ontem, encerrar a paralisação, que já durava 12 dias. O policial militar baiano Ivan Leite, um dos líderes sindicais, admitiu que a pressão popular foi determinante para encerrar a paralisação.
"Estávamos sendo jogados contra a sociedade", ressaltou. Segundo ele, o fim da greve foi negociado com o governo. "Estive à tarde com o comandante-geral da PM (Alfredo Castro) e conseguimos a anistia administrativa para toda a tropa grevista. Isso foi crucial para o fim do movimento." Na sequência, Castro veio a público e negou qualquer acordo ou reunião. "Já tínhamos dado a anistia para quem não se envolveu em crimes até sexta-feira. E o ponto de quem faltou na sexta e hoje (ontem) será cortado."
Na prática, segundo o comandante, os sindicalistas aceitaram na íntegra a proposta salarial apresentada pelo Estado desde terça-feira. Eles terão 6,5% de aumento retroativo a janeiro (mesmo reajuste definido para todo o funcionalismo), além do pagamento da Gratificação por Atividade Policial do nível 4 (em novembro e abril de 2013) e do nível 5 (a ser paga em 2014 e 2015).
A proposta de obter anistia ou afrouxamento dos mandados de prisão dos líderes grevistas - cinco já cumpridos - saiu definitivamente da pauta. Oito sindicalistas ainda são considerados "foragidos".
"Estávamos sendo jogados contra a sociedade", ressaltou. Segundo ele, o fim da greve foi negociado com o governo. "Estive à tarde com o comandante-geral da PM (Alfredo Castro) e conseguimos a anistia administrativa para toda a tropa grevista. Isso foi crucial para o fim do movimento." Na sequência, Castro veio a público e negou qualquer acordo ou reunião. "Já tínhamos dado a anistia para quem não se envolveu em crimes até sexta-feira. E o ponto de quem faltou na sexta e hoje (ontem) será cortado."
Na prática, segundo o comandante, os sindicalistas aceitaram na íntegra a proposta salarial apresentada pelo Estado desde terça-feira. Eles terão 6,5% de aumento retroativo a janeiro (mesmo reajuste definido para todo o funcionalismo), além do pagamento da Gratificação por Atividade Policial do nível 4 (em novembro e abril de 2013) e do nível 5 (a ser paga em 2014 e 2015).
A proposta de obter anistia ou afrouxamento dos mandados de prisão dos líderes grevistas - cinco já cumpridos - saiu definitivamente da pauta. Oito sindicalistas ainda são considerados "foragidos".
Assinala-se que posicionamentos parciais de determinados seguimentos da sociedade podem contribuir de forma negativa para encaminhamentos mais serenos, justos e legítimos de tais mobilizações, possibilitando também uma pseudo-percepção de caos generalizado, por parte da sociedade, que mesmo a favor de tais trabalhadores, não têm a real compreensão de alguns fatores que permeiam a tessitura social, e que podem influenciar, mudando o rumo dos fatos.
Para um maior aprofundamento veja: (In)segurança pública e ordem social. (Orgs.) Jorge Zaverucha; Armando Luís do nascimento; Adriano Oliveira. Recife: ed. UFPE, 2007.
Foi divulgado nesta noite, pela Rede Record de TV, no Programa Domingo Espetacular, que uma equipe da Rede Globo de televisão teria sido impedida de registrar o movimento por melhores salários da PMERJ, ocorrida neste domingo. Logo abaixo segue um vídeo do YOUTUBE, que registrara o acontecimento.
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